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Brasileiro desconhece a economia digital

O diretor de regulação do Banco Central do Brasil (BC), Otávio Ribeiro Damaso, participou na manhã desta terça-feira, 21, do evento “Como os brasileiros lidam com dinheiro e como fazer para melhorar”. Realizado na FGV Direito, em São Paulo, o evento discutiu os prós e contras da digitalização dos meios de pagamento, em especial o PIX, e seus impactos no cotidiano dos usuários.

Em sua participação, Damaso disse que o tema poderia ser analisado em três dimensões. A primeira é da digitalização da economia, que dá ao setor financeiro e à economia a percepção de que o brasileiro e fã dos meios digitais. “Nos surpreende como o Brasileiro se adequa ao digital, que deu um grande salto a partir da entrada do mobile no cotidiano de todos”, diz. Aqui, o executivo afirma que grande vedete é o PIX, desenvolvido pelo BC a partir de estudos de modelos existentes em países como a China e a Suécia.

“Há alguns anos, a principal crítica ao BC era que a concentração dos grandes bancos não dava acesso a todos os cidadãos. Hoje, essa sensação não existe mais”, afirma, reforçando que isso ocorre porque a instituição entrou na agenda de inovação para criar um ambiente mais competitivo, garantindo mais acesso da população aos serviços financeiros. 

A segunda dimensão destacada pelo executivo diz respeito a como o cidadão extrai valor do digital e, aqui, ele acredita que o País precisa evoluir mais. “Poucas pessoas entendem como funcionam os mecanismos digitais, como a regulação foi feita e conseguem extrair valor disso, mas a grande maioria da sociedade ainda extrai pouco valor dessa combinação. Nosso desafio é fazer com que a regulação seja entendida mais claramente pela sociedade”, afirma. Ele cita como exemplo o fato de temas como portabilidade de direitos ainda estarem longe de uma grande parcela da sociedade, que precisa entender melhor o poder e os benefícios que o ambiente digital pode trazer. 

Por fim, ele cita as finanças pessoais como terceira dimensão, onde também há espaço para um grande esforço de desenvolvimento. “Independentemente da situação do cidadão, ele precisa organizar suas finanças e o digital traz um poder enorme para ele fazer isso, mas achamos que a sociedade trabalha muito pouco essa questão”, diz. Nesse sentido, ele afirma que a educação financeira é um pilar de educação do BC, que tem procurado se articular com outros ministérios, como o da Educação, para impulsionar iniciativas na educação básica. 


A educação também é um dos pilares do Open Finance que, segundo Damaso, é a iniciativa que vai integrar a vida financeira das pessoas com diversas instituições financeiras e é o que vem estimulando o desenvolvimento dos chamados super apps. “Mais que isso, o Open Finance veio agregar estas três dimensões, mas no final do dia, se o consumidor não conseguir entender como aquilo pode ajudá-lo e não tiver conhecimento mínimo das ferramentas, a extração do valor fica reduzida”, acredita.

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