Mercado

Cinco anos depois, app de taxi Cabify dá adeus ao mercado brasileiro

A espanhola Cabify comunicou nesta sexta-feira, 23/04, que deixará o mercado brasileiro no dia 14 de junho. A empresa, que prometeu investir US$ 20 milhões para ser a concorrente da Uber no segmento de aplicativos de taxi, e que, em 2017, comprou a Easy Taxi, para fortalecer sua operação no país, justificou a decisão alegando que o mercado nacional deixou de ser rentável, e teve situação econômica agravada com a demora em minimizar os efeitos da pandemia de Covid-19.. Mas é fato também que a Cabify não conseguiu, em momento algum, rivalizar com a Uber e com a 99, adquirida pela Uber chinesa.

Criada em Madrid em 2011, a Cabify chegou ao Brasil em junho de 2016 e pegou um período bastante agitado para os aplicativos de taxi. A reação dos taxis tradicionais chegou à Justiça e ao Congresso Nacional. A disputa acirrou e, em 2018, o órgão antitruste do país, o CADE, se pronunciou, por meio do departamento de estudos econômicos. Segundo o relatório, o impacto do Uber tenderia ser forte no curto prazo, mas seria menor com a recuperação gradual dos taxistas, especialmente se os incumbentes forem capazes de reagir com descontos ou reduções de tarifa.

Segundo mediu o Cade, entre 2014 e 2016 a chegada do Uber comeu 56,8% das corridas de aplicativos de táxis. Mas nas cidades onde o app atua há mais tempo, o baque foi reduzido para 26,1%. O Cade pontuou ainda que era necessário o amadurecimento do debate na direção da desregulamentação gradual dos serviços de táxi, em especial, nos aspectos relacionados a barreiras à entrada e a liberdade tarifária. Em 2019, ainda animada com o segmento, a Cabify prometeu investir US$ 20 milhões em até cinco anos para competir com os rivais Uber e 99, vendido a Uber chinesa.

A trajetória dos apps de táxi foi conturbada nesses últimos anos. Os taxis tradicionais, com forte lobby junto às prefeituras, conseguiram que leis fossem promulgadas para regulamentar os aplicativos.  O Decreto 44.399/2018 da prefeitura do Rio de Janeiro foi a primeira norma municipal a regulamentar o tema. Estabeleceu que empresas como Uber, Cabify e 99 deveriam pagar um percentual das corridas à prefeitura. Mas a regra acabou sendo derrubada em ações judiciais.


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