Citrix Brasil reestrutura, ganha fôlego e com teletrabalho avança no governo
Criada há 32 anos, a Citrix passa por uma reestruturação desde o começo do ano quando foi vendida por US$ 16,5 bilhões para fundos de investimento Elliot. Foi feita uma revisão da linha de produtos e a simplificação dos processos e das vendas – a companhia não vende mais licença perpétua, apenas na nuvem – para ficar mais estruturada às necessidades das empresas, explicou a CEO da companhia, Luciana Pinheiro.
Em entrevista à CDTV, do portal Convergência Digital, a executiva – que assumiu o comando da companhia em meio à reestruturação global- diz que a Citrix está fortalecida para enfrentar os novos tempos. Uma das ações feitas foi a de virar a atenção estratégica do negócio para a vertical governo, que não era considerada prioritária, mas que com a digitalização e o teletrabalho ganhou relevância. “A virada nos trouxe mudanças e há muitas boas negociações em andamento”, conta Luciana Pinheiro.
Ela diz que, hoje, a área de vendas está atuando junto ao governo federal, aos estados, municípios e junto também das Prodis. “O teletrabalho ajuda ao governo a reduzir despesas com escritórios e a entrega de desktops de aplicação trazem a segurança necessária. Tudo que não se precisa é hackers tendo acesso às informações do cidadão”, aponta a CEO da Citrix Brasil.
Teletrabalho, aliás, que está mudando a forma de enxergar o futuro e assegurando o rumo da Citrix. Pesquisa da companhia mostra que 57% dos entrevistados preferem o trabalho híbrido e 69% abandonarão suas posições atuais se a flexibilidade não for uma opção. Adequar o presencial ao híbrido é missão imperativa nas rotinas corporativas, aponta o estudo, afinal reter e atrair talentos é essencial para quem lida co a tecnologia.
Tecnologia para sobrevivência
Em pouco tempo, impulsionada pela digitalização provocada pela pandemia de Covid-19, o governo responderá por 40% do market share da Citrix no Brasil até o final deste ano. Mas verticais como finanças e saúde seguem estratégicas. “Muitas dessas empresas foram atacadas e todas têm dados muito sensíveis. Nós criamos contêineres para que essas empresas não fossem mais atacadas com os desktops como serviço”, relata Luciana Pinheiro.
“Não tenho a menor dúvida que o teletrabalho e o trabalho remoto vão continuar fortes. E cabe a nós criar um ambiente digital de segurança. Nós temos diversos sabores de desktop como serviços, dos mais simples aos que usam Inteligência Artificial para fazer o monitoramento de segurança. Em todos temos gestão e controle na nuvem, o que facilita muito o trabalho da TI. Estamos cientes que há muitos desktops desatualizados no mercado e há insumos faltando. Então tornar a casca atual em um desktop virtualizado seguro é uma ação que cria um produto seguro”, reforça Luciana Pinheiro.
A Citrix aposta que as redes zero trust vão substituir as tradicionais VPNs, utilizadas pelas companhias. Dados do Gartner sustentam que 60% das organizações vão fazer essa troca nos próximos meses. “E temos total capacidade de ser o fornecedor do mercado”, garante Luciana Pinheiro.
Animada com o que está por vir, a CEO diz que o fechamento de capital – ainda não aprovado, mas já previsto da matriz – será benéfico ao negócio. “Nossos donos querem investir para nos fazer crescer. É esse o recado que estamos passando. Estou no mercado há 30 anos, já passei por todas as crises possíveis. Vimos muitas empresas morrerem na pandemia. Nosso trabalho é ajudar as empresas sobreviverem com o uso da melhor tecnologia”, ressalta. Assistam a entrevista completa com a CEO da Citrix Brasil, Luciana Pinheiro.