Cobli aposta em videotelemetria e investe R$ 20 milhões em câmeras com inteligência artificial
Dos equipamentos tradicionais de telemetria a câmera inteligente que capta eventos ocorrendo na cabine. A inteligência artificial entrou com tudo no mercado de monitoramento de frotas, mostrando-se a próxima da inovação.
Isso porque a IA presente nas câmeras instaladas na cabine do veículo possibilita detectar instantaneamente comportamentos de risco do motorista, entre eles, fadiga (bocejo e olhos fechados), uso de celular, distração, proximidade do veículo à frente, excesso de velocidade, além de aceleração, curva e frenagem bruscas.
“É um mercado muito promissor”, disse ao Convergência Digital, Lucas Furtado, diretor de contas-chave da Cobli, uma empresa especializada em tecnologia de frotas e que anunciou investimento de R$ 20 milhões no lançamento de sua segunda geração de câmera inteligente que combina vídeo e telemetria.
Essas câmeras ficam apontadas tanto para o motorista quanto para a via e emitem alertas sonoros em tempo real na cabine ao detectar situações que requerem atenção, avisando o condutor sobre algum perigo e incentivando-o a ajustar sua conduta imediatamente. Essa ação preventiva contribui para a segurança do motorista e dos demais usuários das vias.
Furtado estima que a telemetria está em 20% da frota brasileira e a videotelemetria em 2% — um porcentual baixo em comparação com mercados mais maduros como os Estados Unidos e Europa a penetração é de 60% e entre 20% a 25%, respectivamente. “O principal desafio aqui é penetrar nas grandes frotas”, apontou. “Com sete anos de operação, a Cobli atende cerca de 5 mil clientes, sendo perto dos 85% empresas com frota de menos de 250 veículos. A empresa passou por rodadas de investimentos, captando R$ 350 milhões até o momento.
“Câmera é o futuro da nossa operação”, acrescentou o executivo. A aposta da Cobli mira um mercado que ganha sofisticação e entrega cada vez mais informações para os gestores de frota. Assim, vai além de soluções já tradicionais que apontam as melhores rotas, tempo de parada dos veículos, velocidade e incidentes como freadas bruscas ou curvas em alta velocidade.
Com a videotelemetria, é possível entender por que o motorista teve determinada atitude e contar com evidências precisas em vídeo e dados para auditar sinistros e passar os feedbacks certos para proteger a frota, conforme explicou Fernando Freitas, gerente de tecnologia da Cobli. Relatórios detalhados identificam, por exemplo, os modos de condução que mais afetam a operação, permitindo a implementação de treinamentos e feedbacks mais assertivos para proteger os motoristas.
Além do dispositivo em si, a solução de videotelemetria envolve o software que vai captar as informações, a transmissão dos dados, armazenamento, análise e processamento do big data. “O desenvolvimento é todo da Cobli”, disse Fernando Freitas. Com a inteligência artificial generativa, a evolução será no sentido de facilitar a interpretação dos dados no dashboard de visualização. Por exemplo, o cliente pode escrever no chat o que quer saber e a IA responde. A IA também contribuirá na geração de mais insights.
“A tecnologia evoluiu muito. O GPS melhorou bastante, melhorou o sinal e hoje tem menos erros. Todos nossos equipamentos funcionam em 4G e usam protocolos próprios de IoT, CAT-M1 e NB-IoT”, enfatizou. “A evolução da computação em nuvem também foi absurda e possibilitou um sistema forte de big data”, acrescentou.