Com Covid-19, transformação digital acelera e exige atualização dos ERPs no Brasil
A transformação digital foi acelerada no Brasil em função da pandemia de Covid-19, revela a a 31ª Edição da Pesquisa Anual do Mercado Brasileiro de TI e Uso nas Empresas, divulgada pelo FGVcia, Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), nesta quinta-feira, 04/06. Uma das medidas imediatas foi a decisão de migrar os pacotes de gestão empresarial.
“Ao saírem dos escritórios, as empresas perceberam que tinham de atualizar seus sistemas de gestão para versões mais novas para poder dar acesso ao trabalho remoto. Não é troca de fabricante, mas foi, sim, preciso mudar o ERP para funcionar de forma efetiva”, pontua o responsável pela pesquisa, o professor Fernando Meirelles. Na análise do mercado usuário de Sistemas Integrados de Gestão (ERP) da pesquisa, TOTVS, SAP e Oracle detêm 77% do mercado. A TOTVS ocupa a liderança no total e nas empresas menores. Nas grandes corporações, a SAP vira o jogo e abre frente diante dos rivais.
O estudo mostra ainda que os gastos com tecnologia das empresas ficaram em 8% em 2019, mesmo com a crise econômica, mantendo uma equivalência com 2017 e 2018. O professor Meirelles lembra que o setor de TIC tem respondido, no mesmo período, por algo em torno de 6% a 8% no Produto Interno Bruto do Brasil.A pandemia de Covid-19, pontuou, vai dar um impulso nos gastos em 2020.
“Digitalizar deixou de ser uma opção. Ela ficou obrigatória. E isso significa gastar mais com TI”, afirma Meirelles, que, porém, evitou fazer uma projeção efetiva para o setor este ano. “Nao dá para saber como vamos ficar nos próximos meses. Está tudo acontecendo ao mesmo tempo”, disse. Do ponto de vista de aportes, o estudo revela que as grandes corporações estão dedicando mais recursos para a Governança de TI, Inteligência Artificial e IoT (Internet das Coisas).
Os bancos seguem como os maiores investidores em tecnologia com 15,7% em média. A novidade foi o setor de serviços aportar 11,4% do faturamento líquido em tecnologia. “TI virou pilar dos negócios”, avalia Meirelles. Mas há segmentos que têm muito por fazer, como o setor de indústrias, com 4,8% e o comércio, na rabeira, com 3,8%. A pesquisa da FGV ouviu 2.622 médias e grandes empresas em 2019. Um resumo da pesquisa pode ser acessado em: www.fgv.br/cia/pesquisa