Compra de TI como serviço no estado só vai funcionar quando deixar de ser custeio
Comprar tecnologia como serviço é uma tarefa complexa, admite o diretor-presidente do Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Espírito Santo, Prodest, Marcelo Cornelio. Ele lembra que compra de TIC por serviço é vista como custeio no pagamento, a maior dificuldade financeira de um Estado. “Na verdade, compras de TIC têm de ser vistas como investimento, porque é menos complexo para obter as verbas necessárias”, relata.
Cornelio também diz que é preciso uma mudança de visão dos órgãos de controle. “Há muitos problemas ainda com a modelagem. Um exemplo: eles não autorizam a contratação de body shop ou mão de obra alocada, absolutamente necessária para atenuar a falta de efetivos nos órgãos públicos”, adiciona. Cornelio, que participou do ABEPTIC, realizado na semana passada, em Brasília, afirma que fibra óptica é ativo estratégico para a transformação digital. O Estado prevê, apenas para a prod, ter disponível R$ 103 milhões.
“Nós teremos uma rede de fibra óptica interligando os 78 municípios do Espírito Santo até 2024. Tivemos de fazer a rede própria. Era fazer ou não ter o serviço, já que não há a oferta de terceiros. Mas a nossa ideia é mais à frente fazer PPPs para a manutenção e atualização da rede”, conta. A segurança da informação é uma preocupação 24 x7. Até porque o ataque bateu perto: na prefeitura de Vitória. Tanto que no orçamento para 2023, SI terá pelo menos R$ 45 milhões alocados.
“Nós vamos fazer aquisição de novos equipamentos de segurança e de serviços de SOC para mitigar ainda mais os ataques. Nossa equipe está muito atenta, especialmente, com as vulnerabilidades de software”, diz o diretor-presidente do Prodest. Com relação ao papel da Prod na transformação digital do Estado, Cornelio é taxativo: é preciso engajar todo o time e saber que, muitas vezes, se quer o ótimo, quando o bom é o necessário para o momento. Assistam a entrevista com o diretor-presidente do Prodest, Marcelo Cornelio.