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Covid-19 repagina o segmento de outsourcing de TI no Brasil

Na Índia, com o agravamento da pandemia de Covid-19, salas de guerras foram montadas pelas empresas de outusourcing de TI para o cumprimento das demandas dos clientes globais. O país é o principal pólo de atendimento de outsourcing do mundo. Procuradas pelo Convergência Digital, as empresas indianas com atividades no país, asseguram que não houve redirecionamento de contratos para o Brasil por conta da alta de casos na Índia. Asseguram que as contratações de pessoal anunciadas – TCS e Infosys estão com vagas abertas – acontecem pela forte demanda no mercado local.

A TCS, Tata Consulting Services, colocou a head de Recursos Humanos, Maggie Singh, para conversar com o Convergência Digital. A executiva lamentou a grave  situação na Índia, mas garantiu que a TCS tomou todas as medidas possíveis para preservar a vida dos seus trabalhadores. “Temos 488 mil funcionários globalmente. Na Índia, tivemos funcionários afetados pela Covid-19. No Brasil, não vimos um grande impacto. Hoje, 97% dos funcionários brasileiros seguem trabalhando de casa”, observou.

Com 500 vagas abertas no país, a TCS diz que as contratações são para atender a demanda de projetos locais, uma vez que há um forte crescimento e o lucro foi o dobro do esperado. “A Covid-19 nos permitiu provar que podemos impulsionar projetos independentemente da localização. Vivemos a quarta revolução industrial com as novas tecnologias. A Covid permitiu uma combinação do espaço físico com o virtual que não vai mais ser desfeita. O mundo ficou mais digital”, observou Maggie Singh.

A especialista lembra que a pandemia permitiu uma flexibilidade de espaço e tempo fundamental para o outsourcing de TI. “O que passa a valer de verdade é a competência de quem está desempenhando a tarefa. Se uma pessoa está em Cingapura num projeto, ela pode também estar em um outro no Brasil, sem precisar viajar. O que conta é o conhecimento dele”, adicionou a executiva.

Empresas brasileiras que atuam com outsourcing de TI têm equipes instaladas na Índia. Uma delas é a Stefanini, que conta com 600 colaboradores no país. Ao Convergência Digital, o CEO global da Stefanini, Marco Stefanini diz que todos estão em home office há mais de um ano. Ele admite que a situação da pandemia é muito grave na Índia e que, hoje a preocupação é preservar a vida e a saúde dos funcionários. A principal atividade da empresa na Índia é o desenvolvimento de software para clientes no mundo.


“Como temos outras operações na Ásia, colocamos em prática nosso plano de contingência, que prevê a transferência de parte das atividades para a Filipinas, Leste Europeu e LATAM. Nesse momento, ser uma empresa bem distribuída, com várias operações ao redor do mundo, nos garante uma vantagem competitiva na hora de manter as operações”, afirmou o Marco Stefanini, CEO Global da Stefanini.

A Infosys respondeu de forma lacônica as indagações do Convergência Digital. Afirmou apenas que não está transferindo o atendimento de serviços da Índia para o Brasil e que está contratando – são 100 vagas para a demanda local.

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