Crise econômica faz América Latina destoar no mercado global de PCs
Após dois trimestres de queda, o mercado mundial de PCs cresceu 1,5% no segundo trimestre deste ano, revela o Gartner. De acordo com levantamentos preliminares, as vendas no período totalizaram 63 milhões de unidades, superando a marca de 62 milhões de computadores vendidos no segundo trimestre de 2018.
“O crescimento das vendas mundiais de PCs no segundo trimestre de 2019 foi impulsionado pela atualização da base instalada no mercado corporativo e de negócios, com novos computadores com Windows 10. A demanda por PC Desktop foi forte, o que compensou o declínio nas vendas de PCs móveis (notebooks e tablets)”, diz Mikako Kitagawa, Analista Principal do Gartner.
“Além disso, há sinais de que a escassez de CPUs Intel no mercado está diminuindo, o que vinha gerando grandes impactos nos resultados dos últimos 18 meses. A falta desses chips afetou principalmente os pequenos e médios fornecedores, uma vez que as grandes fabricantes conseguiam se aproveitar desse cenário para crescer e tirar o espaço que as fábricas menores não conseguiam manter sem as CPUs.”
Mas a escassez de chips Intel prejudicou a venda na América Latina, que registrou queda de 3,9% no segundo trimestre, o que foi modesto em comparação com os dois trimestres anteriores. De acordo com o Gartner, regiões emergentes, como a América Latina, tendem a ter menor prioridade de alocação de CPUs, o que amplifica o impacto da escassez de disponibilidade, sobretudo em comparação com outras regiões mais maduras.
O Gartner prevê que a atual disputa comercial – e a potencial imposição de novas tarifas nas vendas internacionais – deverá adicionar mais incertezas às perspectivas de curto prazo para a demanda de PCs ao redor do mundo. “Embora a guerra comercial Estados Unidos-China não tenha impactado o mercado de PCs no segundo trimestre de 2019, a próxima fase das tarifas poderia ter um impacto significativo. A maioria dos laptops e tablets são fabricados atualmente na China e as vendas desses dispositivos nos Estados Unidos podem sofrer aumentos significativos de preços se as tarifas punitivas forem impostas e os fornecedores não tomarem medidas rápidas para responder”, explica o analista do Gartner.
Durante o 2T19, os três principais fornecedores – Lenovo, HP e Dell – representaram 64,1% das vendas globais de PCs, em comparação com 60,7% registrados no mesmo período em 2018. Esses três principais fornecedores continuaram a ganhar participação no mercado de PCs aproveitando as demandas na área de negócios. Além disso, a escassez de oferta de CPUs da Intel, ao longo de todo o primeiro semestre do ano, também ajudou a acelerou essa tendência de expansão das fabricantes.
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A Lenovo manteve o primeiro lugar no segundo trimestre de 2019, com o maior crescimento ano após ano e o maior ganho de participação de mercado entre os principais fornecedores do segmento. No entanto, é possível dizer que suas vendas podem ter refletido antecipadamente a expectativa pelo aumento de algumas das potenciais tarifas comerciais. A Lenovo registrou crescimento de dois dígitos em todas as principais regiões, exceto na América Latina, onde o mercado geral de PCs diminuiu.
As vendas mundiais de PCs da HP Inc. aumentaram 2,6% no segundo trimestre de 2019 em comparação com o mesmo período do ano passado. A forte demanda por PCs de negócios impulsionou o crescimento da HP Inc. em todas as regiões e compensou a retração nas vendas de PCs móveis. O Gartner não inclui os Chromebooks no mercado de PCs, mas a HP Inc. registrou um forte crescimento nas vendas dos Chromebooks e provavelmente permanecerá como líder no segmento.
A Dell registrou o sexto trimestre consecutivo de crescimento de vendas de PCs durante o 2T19. A tendência de crescimento da Dell tem sido a mais consistente entre as principais fabricantes nos últimos três anos, impulsionada pelo foco de negócios investido pela empresa.