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Diego Puerta, Dell: “Nuvem não é mais resposta para tudo”

Presidente da Dell Brasil diz que IA está no centro de tudo, mas isso significa redesenhar o negócio.

Esqueça levar os dados para o data center a fim de trabalhar a inteligência artificial, porque eles estão sendo gerados na ponta. “A nuvem não é mais resposta para tudo, porque a computação em nuvem não está onde os dados estão”, ressaltou o presidente da Dell Technologies Brasil, Diego Puerta, ao abrir o evento Dell Technologies Forum 2025, realizado em São Paulo, nesta quinta-feira (9/10).

“Geramos dados como nunca antes com a diferença de que eles estão sendo gerados na ponta, no edge, e isso muda a forma como nos preparamos para transformar dados em insights”, explicou. E justamente por que os dados estão sendo gerados na ponta e por que a IA precisa de dados, a dinâmica do jogo muda. Surge o conceito de gravidade de dados que preconiza que os dados não têm de ir até a infraestrutura. “Isso muda a forma como pensamos a infraestrutura”, assinalou Puerta.

O presidente da Dell no Brasil destacou que as companhias que estão ditando o mundo acelerado por IA contam com quatro engrenagens para transformar dados em insights: IA no centro de tudo, data center moderno, local de trabalho (workplace) moderno e pessoas.

Colocar a IA no centro de tudo significa redesenhar o negócio, destacando a inteligência artificial como prioridade. De acordo com Puerta, isso se traduz no conceito de arquitetura integrada Dell AI Factory com Nvidia.

O centro de processamento de dados moderno sustenta todo ecossistema e está na camada debaixo do Dell AI Fabric. Orientado para receber os dados, o data center moderno está desenhado para inteligência artificial, ao mesmo tempo em que suporta qualquer demanda de carga de trabalho atual.


“Modelos tradicionais já não atendem mais à demanda do mundo acelerado por IA. É qualquer workload em qualquer lugar; com escalabilidade da nuvem e processamento local do edge”, explicou o presidente para o Brasil da Dell.

No que se refere ao local de trabalho moderno, Puerta destacou que não é o PC, mas, sim, sobre como as pessoas se conectam e produzem. “Muitos falavam que o PC ia acabar, daí veio a pandemia e viram que o PC é a principal ferramenta de produtividade. O próximo patamar é o conceito de AI PCs, que traz uma nova experiência com produtividade, custo e privacidade.”

O que BTP e Vale estão fazendo?
Um dos maiores terminais privativos, o Brasil Terminal Portuário usa inteligência artificial para fazer a gestão dos contêineres, segundo explicou Fabiana Morgante de Alencar, gerente de TI e segurança da informação BTP. A inteligência artificial ajuda a movimentar os contêineres, uma operação complexa, devido a fatores como diferença de peso e tipos de operações. “Tem uma série de diferenças e um arcabouço de informações que precisamos entender, como qual navio que vai e qual é a rota, e precisamos ter informação dentro das estruturas para ter desempenho melhor das operações”, explicou.

Agravava o fato de as informações estarem descentralizadas entre órgãos anuentes, a própria BTP e clientes. O uso de IA buscava melhorar o desempenho do manejo dos contêineres e trazer mais visibilidade ao pátio. Não foi uma jornada simples. Ela começou desde a privatização do porto em 2013.

“Fomos o primeiro terminal no Brasil a fazer cloud privada no fim de 2017 e começo de 2018 e, a partir daí, retomamos de uma forma mais rápida e agressiva de maturidade digital para apoiar a operação”, disse, adiantando que, em breve, o BTP contará com análise preditiva no pátio.

Na Vale, o desafio que a empresa queria solucionar era com relação ao acompanhamento da movimentação do solo. Para tanto, investiu em visualização, processamento e armazenamento dos grandes volumes de dados brutos gerados por radares acoplados a tratores.

Flavio Timoteo, gerente-geral de biossegurança da Vale, explicou que o objetivo é monitorar a estabilidade das estruturas, a fim de garantir a segurança das operações e dos operadores, mitigar riscos de impacto ambiental e assegurar a segurança da comunidade do entorno.

O volume de dados que os equipamentos geram é enorme. Para processar e armazenar estas informações, deve-se ter arquitetura moderna e flexível. Os vários radares espalhados abastecem com informações o centro de monitoramento e lá é feita a reconstrução digital. É habilitar na borda a capacidade de usar a inteligência artificial e de forma híbrida.

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