Em 10 anos, faturamento e empregos em TI no Brasil crescem mais de 70%
Um novo estudo sobre o mercado de Tecnologia da Informação no Brasil, realizado pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro, a Softex, mostra que o setor avança em ritmo bem diferente da média nacional. Mesmo não sendo imune à crise econômica dos últimos anos, a TI continua exibindo vigor ímpar: na década encerrada em 2017 o faturamento cresceu 74% e os postos de trabalho, 72%.
“O número de profissionais empregados em TI em 2017 cresceu 72% num intervalo de 10 anos, passando de 241.905 em 2007 para 415.166 em 2017. A taxa média de crescimento anual do número de empregos no setor de TI no período foi de 5,7%, bem superior à média do PIB brasileiro no mesmo período, de 1,7%”. Não fosse a piora da crise em 2016 e 2017, a geração de postos de trabalho vinha ainda mais acelerada, com alta de 83% entre 2007 e 2015.
Como também ponta o documento ‘Overview do Setor de Tecnologia da Informação’, do Observatório Softex, “se em 2007 a receita bruta real do conjunto de empresas pesquisadas era de cerca de R$ 123 bilhões, em 2016 foi de R$ 213 bilhões, crescimento de 74%. Já a receita operacional líquida real teve aumento de 70% passando de R$117 bilhões em 2007 para R$198 bilhões em 2016”.
Não por menos, uma das conclusões do estudo é que, considerando o dinamismo da TI no país, “o setor apresenta potencialidade como vetor de promoção para o bem-estar da sociedade brasileira a partir da geração de políticas públicas para o fomento de TI e da promoção de emprego na área”. E isso tendo por base um período no qual o desemprego partiu de uma das menores taxas históricas no Brasil, 7% em 2007, para os quase 13% no fim de 2017.
No período analisado, vale ser destacado o crescimento de alguns segmentos como ‘portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet’ que tinha apenas 709 trabalhadores formais e saltou para 22.257, assim com outras áreas de tendência positiva na década mencionada, como ‘desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis’ e ‘desenvolvimento de programas de computador sob encomenda’. Para a Softex, isso “reflete a tendência do mercado por necessidades mais personalizadas em relação aos serviços de TI”.
O raio-X do setor considera 24 mil empresas de TI no país, das quais 6,8 mil (28,3%) são de suporte, 3,8 mil de tratamento de dados e hospedagem na internet (16%), 3,4 mil de desenvolvimento de softwares sob encomenda (14,1%), 3,1 mil de desenvolvimento e licenciamento de customizáveis (12%), 2,4 mil consultorias (10,1%), 2,2 mil portais e provedores de conteúdo (9,3%) e 2,1 mil em licenciamento de não customizáveis (9%).
Além do bom desempenho pretérito, a Softex também lembra que outros estudos projetam perspectivas favoráveis para a TI se o país conseguir vencer as dificuldades de formação e qualificação, especialmente entre mulheres jovens, pessoas com mais de 55 anos e brasileiros de baixa renda. “O desenvolvimento de competências digitais tem potencial para adicionar US$ 70 bilhões ao PIB brasileiro até 2025. O upskilling dos brasileiros pode gerar um aumento do PIB em cerca de 0,4 pontos percentuais ao ano, o que representa um incremento de mais de 15% no crescimento projetado até 2025.”