Empresários do DF já ameaçam não fazer investimentos no parque digital
Depois de não participarem de solenidade com o governador Rodrigo Rollemberg, os empresários de tecnologia da informação e comunicações, através do Sindicato das Indústrias da Informação do Distrito Federal (SINFOR/DF) informaram, nesta segunda-feira (9), que o setor avalia a possibilidade de desistir dos investimentos previstos para o Parque Tecnológico Capital Digital.
O recuo dos empreendedores locais foi motivado pela aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 76/16 pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. Ontem o governador Rodrigo Rollemberg ficou de sancionar a nova lei em solenidade no Palácio do Buriti, mas os empresários de TICs não compareceram ao evento.
A nova Lei Complementar 76/16 altera o nome do local para BIOTIC no intuito de incluir as empresas de Biotecnologia nas áreas de “comunidades, agricultores e indústrias, tais como: agropecuária, alimentos, farmacêuticas, perfumes e cosméticos”. O texto final será sancionado nesta terça-feira (10) pelo governador Rodrigo Rollemberg.
“Trabalhamos durante 15 anos em um projeto coerente, que segue os padrões internacionais. As alterações aprovadas prejudicam a sinergia necessária para a criação de um ambiente de crescimento tecnológico”, disse Ricardo Caldas, presidente do Sinfor/DF. “Se a ideia é edificar um aglomerado de empresas de setores diferentes, teremos um novo modelo de Áreas de Desenvolvimento Econômico, que já foram testados e frustrados em Brasília por diversas vezes”.
De acordo com o presidente do Sinfor/DF, as empresas filiadas à entidade possuem investimentos próprios e capacidade para atrair mais de R$ 500 milhões em investimentos para uma área com potencial para se tornar o novo polo de TIC mundial. Caso o governo insista no modelo que inclui instituições como a Embrapa, o recurso será realocado e poderá ser destinado à construção de um empreendimento no Entorno de Brasília, por exemplo.
“O Goiás, aliás, está muito à frente do Distrito Federal no que se refere à concessão de benefícios para atrair os setores empresariais. Não descartamos lançar um projeto próximo daqui, o que culminaria em prejuízos para o Governo do DF em termos de arrecadação, geração de renda e emprego”, afirmou Ricardo Caldas.
Segundo dados do Sinfor/DF, o setor de Tecnologia da Informação gerou mais de R$ 3,1 bilhões em faturamento em 2015. Somente com o segmento de Informática, foram arrecadados cerca de R$ 240 milhões em Imposto Sobre Serviços (ISS) no período entre 2015 e 2016. Trinta mil postos de trabalhos são ocupados atualmente. Com a construção do PTCD, outros 60 mil empregos deverão ser criados.
* com informações do Sinfor-DF