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Forúm Econômico Mundial: Empresas latino-americanas têm medo de não responder aos acidentes cibernéticos

Estudo mostra que 42% das empresas da região temem uma escalada dos ataques por conta da IA e das ameaças geopolíticas e não se sentem confiantes e capazes de responder com firmeza a ação dos hackers.

De acordo com o “Global Cybersecurity Outlook 2025” do Fórum Econômico Mundial, a América Latina despontou como a região com a maior falta de confiança em sua capacidade de responder a grandes incidentes cibernéticos que visam infraestrutura crítica com 42% das organizações da América Latina preocupadas, o dobro ou mais dos percentuais reportados na Europa (15%), América do Norte (15%), Ásia (20%) e Oriente Médio (21%), o que evidencia a necessidade urgente de repensar estratégias de segurança cibernética em toda a região.

A 20ª edição do Relatório de Riscos Globais 2025 revela preocupações crescentes sobre espionagem e guerra cibernética, sendo esta última a questão mais preocupante. Isso reflete as descobertas observadas no Relatório de Perspectivas dos Diretores de Risco 2024 do Fórum Econômico Mundial, onde 71% desses diretores expressaram preocupação sobre o impacto do risco cibernético e da atividade criminosa (como lavagem de dinheiro e crimes cibernéticos) em suas organizações.

O aumento da atividade dos agentes de ameaças e a crescente sofisticação das interrupções tecnológicas foram destacadas como preocupações específicas. Essas ameaças geopolíticas criam incertezas em larga escala que também se estendem aos riscos nas cadeias de suprimentos.

De acordo com o estudo há cinco ações para reduzir o risco cibernético na América Latina:

  1. A resiliência cibernética proativa não é uma opção

As organizações devem se concentrar em entender e gerenciar proativamente sua exposição para se defender efetivamente contra ameaças em evolução. Isso começa com o conhecimento de suas fraquezas, obtendo uma visão completa dos riscos cibernéticos para identificar lacunas críticas de ativos e caminhos de ataque. Eles devem identificar, entender e quantificar as vulnerabilidades que têm o maior potencial de impactar o valor, a reputação e a confiança. Por fim, eles devem tomar medidas rápidas para fechar essas lacunas e reduzir os riscos em seus ambientes.


  1. Compreender e mitigar eficazmente os riscos da IA

A rápida adoção de IA na América Latina exige equilíbrio entre inovação e segurança. Implementar estruturas de risco específicas de IA, proteger implantações de IA e educar equipes sobre o uso dessa tecnologia são etapas essenciais para aproveitar seu potencial para vantagens operacionais e defensivas. As organizações que não abordam a segurança da IA ​​correm o risco de ficar para trás enquanto os cibercriminosos a transformam em armas.

  1. Preste atenção aos riscos na cadeia de suprimentos

54% das grandes organizações em todo o mundo destacam os riscos de terceiros como uma barreira à resiliência cibernética. Organizações latino-americanas, profundamente integradas às cadeias de suprimentos globais, são os principais alvos de ataques de ransomware e malware. Na região, a colaboração com terceiros deve ser fortalecida, requisitos de segurança robustos devem ser implementados e é necessária visibilidade das práticas de segurança dos fornecedores.

  1. Repense a segurança da nuvem com estratégias multicloud

À medida que a adoção de estratégias multicloud cresce, os modelos de segurança tradicionais ficam aquém. As organizações devem adotar soluções que ofereçam monitoramento em tempo real, inteligência de ameaças e respostas automatizadas. Isso significa tratar ambientes de nuvem como ecossistemas interconectados, onde uma violação em uma área pode comprometer toda a organização.

  1. Invista em talentos cibernéticos para fechar lacunas de exposição

A escassez de talentos cibernéticos na região não é apenas uma questão de qualificação, mas um risco empresarial. As organizações devem investir proativamente em programas de educação e treinamento para criar uma força de trabalho interna capaz de responder a ameaças em tempo real. Isso inclui treinamento especializado em defesa de IA, segurança em nuvem e inteligência de ameaças. Parcerias com universidades e iniciativas regionais de treinamento podem acelerar essa mudança.

Link para o relatório Global Cybersecurity Outlook 2025: https://www.weforum.org/publications/global-cybersecurity-outlook-2025/

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