Gastos com TI crescem 7,7% no Brasil, mesmo com crise econômica e política
Os gastos com TI não foram impactados pelas crises econômica e política do Brasil e cresceram para 7,7% em 2017, depois de dois anos estagnados em 7,6%. “Pode parecer que é nada, mas um décimo significa muito. TI está indo além da própria TI e está muito bem obrigada”, explica o professor Fernando Meirelles, responsável pela 29ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas da FGV/São Paulo, divulgada nesta quinta-feira, 19/04.
Os gastos ficam em linha com a participação do setor de TICs no Produto Interno Bruto do Brasil, estimada em 8%, salienta ainda Meirelles. Segundo ele, na indústria, por exemplo, a automação comercial tinha um orçamento próprio. Agora ele está sendo deslocado para TI, muito em função da integração dos processos e do uso maior de ferramentas no dia a dia. “A própria área de TI se preocupa em ter que gerir tanto budget. Mas é certo que os recursos tiveram que crescer. Não dá mais para pensar o negócio sem o uso das TICs. Não tem como sobreviver”, acrescenta o professor da Fundação Getúlio Vargas.
A pesquisa, que recebeu 2560 respostas válidas de cerca de oito mil grandes e médias empresas do Brasil, pela primeira vez, elencou as prioridades e preocupações de investimentos em tecnologia. Nas médias empresas surgiram: Atualização de software e de sistemas, inteligência analítica e BI, implementação e integração. Nas grandes empresas, por sua vez, apareceram: Governança de TI, Inteligência Artificial, Internet das Coisas e transformação digital. “Esses temas estão em todas as reuniões de TI do Brasil”, reforça Meirelles.
Para o professor da FGV, em 2017, mais empresas passaram usar a tecnologia no dia a dia, muito por conta da exigência fiscal do governo brasileiro. “Como o contato com o Fisco é digital, e há serviços que acontecem de forma digital, como o eSocial, as empresas não tiveram mais como não usar TI. A própria nota fiscal eletrônica requer uma informatização dos pequenos e grandes negócios”, completa Meirelles.