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Governo de Brasília quer software como serviço, mas enfrenta resistência dos gestores

"Temos sistemas da década de 1980. Acreditamos que contratar como serviço é melhor para garantir atualização, mas o gestor prefere propriedade", diz o chefe de Contratos e TI da Secretaria do Planejamento, Renato Alencar Filho.

O Governo do Distrito Federal tem uma lista de serviços e produtos de TI para contratar em 2023 e já está pronto para usar a nova Lei de Licitações, 14.133/21. Entre elas, quer apostar em datacenter próprio, comprar storage, backup e roteadores. Mas também tem planos de colocar parte dos sistemas em nuvem. 

Uma das principais contratações em vista, porém, esbarra no que o secretário executivos de contratos e tecnologia da informação da Secreetaria do Planejamento, Renato Alencar Filho, chama de barreira cultural: a resistência a contratar o desenvolvimento de sistemas, no lugar de software próprio. 

“Temos sistemas antigos, estruturantes do governo, que precisam ser atualizados. Ou, mais do que isso, precisamos de um novo paradigma. Mas isso está em discussão interna, inclusive pela questão cultural. Ou seja, se vamos contratar o serviço, ou comprar o software, ou ainda adquirir como doação de outro estado. Estamos nessa mudança de paradigma”, diz Alencar Filho, reforçando que há sistemas, como o de Recursos Humanos, que é o mesmo desde a década de 1980. 

O tema foi discutido durante o Compras TIC Gov 2023, realizado pela Convergência Digital e pela Network Eventos. “Existe uma barreira cultural, tanto de servidores como dos próprios gestores. E estamos querendo mudar esse paradigma. A gente acredita que a contratação como serviço é mais ágil às mudanças do que a compra. Até porque o Estado nem sempre é eficiente na atualização. Então, acredito que a contratação de serviço será o futuro para as contratações de tecnologia na parte de software.”

Segundo ele, a ideia é comprar as novas soluções já sob as regras da Lei 14.133/21, mesmo com o adiamento da vigência da Lei 8.666/93 para 30 de dezembro. “Temos em aberto para 2023 a contratação de nuvem. Ainda não batemos o martelo, mas é uma grande possibilidade. Também teremos a questão de hiperconvergência, na parte de hardware – vamos comprar roteadores, storage, solução de backup. E temos a parte de software. O GDF está pronto para já começar as novas licitações na nova lei.”


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