Grupo Stefanini arrumou a casa em 2025 de olho a impulsionar crescimento no ano que vem
“O ano de 25 foi de muita estruturação e consolidação. Foi uma reorganização estratégica e de portfólio. Eu acredito em evolução e não em revolução”, afirmou Marco Stefanini, fundador e CEO global do grupo.

Se o ano de 2025 foi de arrumar a casa para o Grupo Stefanini, para 2026, a empresa espera aumentar a receita entre 15% e 16% — o montante representa praticamente três vezes mais que o crescimento que a multinacional brasileira deve registar neste ano. O balanço ainda não fechou, mas a expectativa é registrar algo como R$ 8,4 bilhões, uns 5% superior que o número alcançado em 2024 e menos que o projetado. A razão principal se deve à reestruturação pela qual o grupo passou.
As receitas recorrentes representam o maior volume das entradas no caixa, respondendo por entre 80% a 85%. Em termos de região, o Brasil responde por aproximadamente 40% do montante total do grupo e as demais operações (internacionais), os 60% restantes — os Estados Unidos são a segunda maior operação.
A companhia, presente em 46 países, reorganizou suas marcas em sete unidades: tecnologia; cibersegurança; dados e análise; finanças tecnológicas; operações; marketing e comércio; e manufatura. A abordagem de inteligência artificial ocorre de forma horizontal, entrando em todas as verticais sob tutela do SAI — Stefanini Artificial Intelligence, que conta com 12 mil prompts.
“O ano de 25 foi de muita estruturação e consolidação. Foi uma reorganização estratégica e de portfólio. Eu acredito em evolução e não em revolução”, afirmou Marco Stefanini, fundador e CEO global do grupo. “Simplificamos a estrutura para o mercado entender mais facilmente e mantivemos algumas marcas que entendemos que valeria a pena manter como estão”. Entre elas estão Topaz, Gauge, W3haus, Orbitall e Saque e Pague.
O Brasil agora passa a fazer parte da região de América Latina, que inclui ainda a Espanha, devido à proximidade das empresas que atuam nos países hispanos, e é comandada pelo seu filho Rodrigo. “A palavra de ordem foi como ter sinergia”, disse Stefanini.
Ao longo de quase quatro décadas, foram 40 aquisições — em 2025, foram fechadas duas compras e três são esperadas para acontecer no próximo ano. Isso, disse o CEO, rendeu à companhia uma musculatura robusta para acelerar o crescimento. O ano de, até 2027, soma investimentos de R$ 2 bilhões em fusões e aquisições voltados a setores estratégicos e à ampliação do portfólio de soluções de ponta segue firme, assinalou o CEO global.
Questionado sobre quais foram os principais desafios deste ano, Stefanini, para além da reestruturação, falou em ciclos. “Crescemos mais que o mercado em 23 e vamos empatar neste ano. São ciclos e você tem de se preparar para eles”, apontou. Já sobre os pilares que sustentarão o crescimento previsto para 26, o CEO disse que é uma matriz. “A receita recorrente nos permite planejar ofertas e soluções. A IA veio e vai acelerar; a IA faz diferença, mas não se pode atribuir tudo à IA”, ponderou.
Em 2025, o grupo disse que a Topaz manteve uma trajetória consistente e concluiu oito projetos de core banking. Um exemplo foi a instalação de um core bancário nativo em nuvem, 24×7 e escalável no Walmart do México.
Além disso, com a conclusão da aquisição da Escala 24×7 em 2025, o Grupo Stefanini ampliou sua atuação em serviços de cloud e, assim, projeta avanços nesse mercado nos próximos anos. Para 2026, a consultoria tech global mantém seu apetite por M&A e prevê incorporar pelo menos três novas empresas. A integração da Escala — que deverá faturar US$ 100 milhões em 2025 — projeta R$ 1 bilhão em receita em cloud services até 2028.





