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Huawei descarta impacto das ações do governo Trump nos negócios na América Latina

Ana Paula Lobo, de Barcelona

No dia em que a China reagiu às taxas do Governo Trump impondo tarifas retaliatórias de até 15% sobre produtos americanos selecionados, expandindo os controles de exportação para uma dúzia de empresas dos EUA e entrando com uma ação judicial na Organização Mundial do Comércio, o presidente da Huawei América Latina, Daniel Zhou, em encontro com a imprensa, nesta terça-feira, 4/3, no Mobile World Congress, em Barcelona, se mostrou bastante objetivo.

“Nós oferecemos o melhor produto para o cliente; o melhor suporte. Ele define se quer ou não comprar. Estamos na região há 28 anos. Não é a primeira crise que enfrentamos. Não há muita coisa para nos assustar. Se o feedback do meu cliente é bom, ele fica conosco”, sustentou Zhou, ao ser indagado sobre o impacto de uma pressão maior contra a Huawei vinda do governo Trump.

Mas a verdade é que a fabricante tem trabalhado duro para retomar a unidade de smartphones, impactada pela proibição do uso do Android e das redes sociais, e das lojas de aplicativos. Daniel Zhou diz que o momento é o de construir o melhor ecossistema – o que significa atrair desenvolvedores para o HarmonyOS, o sistema operacional móvel da Huawei – para ter aplicações capazes de chamar a atenção do consumidor.

A intenção da Huawei é ter novidades na parte de smartphones na região, em especial no Brasil e no México, ainda em 2025. No MWC 2025, a Huawei tem o maior estande da feira e a parte de smartphones com os terminais de última geração, mesmo com o boicote de vários países, inclusive na Europa.


O cenário geopolítico – conturbado pela disputa EUA x China e pela guerra da Ucrânia – foi um dos temas mais colocados à mesa no Mobile World Congress 2025. Em sua apresentação, presidente da Comissão de Comunicações (FCC), Brendan Carr, não poupou críticas ao Digital Services Act (DSA) da Comissão Europeia, classificando a legislação como uma ameaça à liberdade de expressão em seu país.

“É uma preocupação, eu acho, não apenas para o povo da Europa, mas para as empresas de tecnologia dos EUA que fazem negócios aqui, a censura que está potencialmente vindo do DSA é algo que é incompatível tanto com nossa tradição de liberdade de expressão na América quanto com os compromissos que essas empresas de tecnologia fizeram por meio da diversidade de opiniões”, completou o presidente da FCC, a Anatel dos Estados Unidos.

Ana Paula Lobo viajou a Barcelona a convite da Huawei do Brasil

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