IBM: Inteligência Artificial não é jogo de um único vencedor
A Inteligência Artificial está para a história como estiveram os mainframes, a Internet e a computação em nuvem, sustenta o presidente da IBM Brasil, Marcelo Braga. Segundo ele, IA será o centro da estratégia de todos os negócios. “Na IBM, IA já é o centro da nossa estratégia. Tudo gira em torno da IA”, detalhou, em encontro com a imprensa, realizado nesta quarta-feira, 29/11, em São Paulo.
Questionado pelo Convergência Digital sobre o papel dedicado às empresas de TI no mercado de IA, Marcelo Braga foi taxativo: A IA não é um jogo de um vencedor e, portanto, não ficará nas mãos de poucos. “E quem pensa que pode fechar a IA e fornecer de ponta a ponta, vai perder a batalha e a guerra. A IA é aberta. Não é uma plataforma para ser travada em um único fornecedor. Os clientes tem de tirar o proveito que querem da IA. É assim que a IBM enxerga a IA. Nós somos parte”, sustentou o executivo.
Segundo ele, os hyperscalers – Microsoft, AWS e Google – saem na frente pela capacidade de armazenamento e processamento de dados, mas há oportunidades enormes acontecendo. “Nunca vendemos tanto storage, nunca vendemos tantas soluções de backup inteligente, onde a recuperação do dado de forma rápida passa a ser o serviço”, frisou.
Indagado sobre a defesa de uma IA 100% aberta, quando cloud ainda não interoperável, Marcelo Braga apontou que, hoje, poucos clientes estão amarrados em uma única nuvem e a interoperabilidade exigida para a multicloud impõe mudanças aos fornecedores. “A jornada começou em cloud. O cliente exige poder trocar de nuvem e ter seu workload funcionando”, detalha.
O CEO da IBM falou sobre a regulamentação de IA no Brasil e no mundo. Segundo ele, criar proteções para a inovação é necessária, mas não se pode criar restrições que impeçam a evolução da tecnologia. “Os problemas locais são relevantes, mas temos de lembrar que as soluções de IA são globais. A verdade é que não há cibersegurança sem IA. Não tem como escalar o atendimento ao cliente sem a IA. Ela é central na estratégia. O ecossistema tem de estar protegido. As regras têm de ser para proteção”, completa.
Com relação ao ano da IBM Brasil, Marcelo Braga se disse ‘muito satisfeito’. O executivo está à frente da companhia há dois anos e disse que os negócios aconteceram muito impulsionados pelos dados. “A transformação digital impulsionou demais os negócios assim como a cloud híbrida”, detalhou.
Chips para IA
Os mainframes estão vendendo como nunca e muito por conta da necessidade de armazenamento e processamento de dados de grandes volumes, diz Marcelo Braga. E são máquinas mais modernas e poderosas tanto que já estão chegando no país com os chips IA. “Com a IA embutida no chip as demandas do cliente são mais bem atendidas. E já há entregas de máquinas com chips IA no Brasil”, afirmou o CEO, sem revelar, no entanto, quem são os clientes que já usam a tecnologia.