Instituto de Engenharia Nuclear ativa supercomputador com 16 petaflop/s para Inteligência Artificial

O Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN) dá um importante passo como protagonista no cenário tecnológico e acadêmico do país. No último dia 14 de agosto, foi ativado pela Hewlett Packard Enterprise (HPE) o Cray Supercomputing XD665. De acordo com chefe do Serviço de Engenharia de Sistemas Complexos (SEESC/DINUC), Dr. Guilherme Jaime, o sistema já se encontra em operação e as primeiras contas para acesso remoto foram criadas.

A implementação do supercomputador é de grande relevância para o atual momento do IEN/CNEN, a ponto da instituição iniciar a modernização do que se tornará, em um futuro próximo, num moderno data center.

Ao instalar esse cluster de computação paralela, o IEN/CNEN objetiva suprir uma grande demanda de pesquisadores, professores e alunos, possibilitando um aumento significativo na produtividade cientifica e acadêmica, não só do próprio Instituto, mas de outras instituições científicas parceiras nesse empreendimento, as quais poderão utilizar o supercomputador através do sistema de VPN (serviço que cria uma conexão segura e criptografada entre um determinado dispositivo e a internet, permitindo que o usuário navegue com mais privacidade e segurança).

O supercomputador foi uma conquista do IEN/CNEN através do projeto “FINEP 0945/22 CCPM Implantação de um cluster de computação paralela multiusuário para resolução de problemas complexos” com investimentos de aproximadamente R$1.500.000.

O equipamento tem capacidade de alcançar até 16 Petaflop/s (cada petaflop é equivalente a um quatrilhão de cálculos por segundo). A título de comparação, o supercomputador Santos Dumont (SDumont) considerado o mais potente do Brasil, que fica localizado na sede do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis – RJ, possui capacidade instalada de processamento na ordem de 20 Petaflop/s.

No entanto, segundo explica o Dr. Guilherme Jaime, essa capacidade é voltada para funcionamento genérico de dados, enquanto o cluster do IEN/CNEN é mais direcionado à Inteligência Artificial (IA), tornando-o especializado para treinar e rodar modelos de IA mais complexos, executando simulações científicas em larga escala.

Nessa fase inicial, estão estabelecidas iniciativas de colaborações de P&D envolvendo Inteligência Artificial com os laboratórios do IEN/CNEN (Laboratório de Inteligência Artificial Aplicada, Laboratório de Realidade Virtual e Serviço de Tecnologia e Engenharia de Reatores), assim como o Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ.

O cluster de computação paralela do IEN/CNEN se juntará a outros supercomputadores já instalados no Brasil com alto desempenho para a pesquisa científica. Além do já mencionado Santos Dumont, que está na lista dos 100 supercomputadores mais velozes do mundo, destacam-se o Supercomputador Tupã do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Cachoeira Paulista, interior do estado de São Paulo, e o Cluster Coaraci pertencente ao Centro para Computação em Engenharia e Ciências da Universidade Estadual de Campinas (CCES-Unicamp), que foi ativado em dezembro de 2023.

O maior supercomputador em funcionamento no Brasil, atualmente, é o Pégaso, adquirido pela Petrobras em 2022, com poder para processar até 21 petaflops. Com um total de nove desses equipamentos em atividade, o Brasil ocupa a 11ª colocação entre as nações com os maiores parques de supercomputadores.

Para celebrar esse marco tecnológico em sua trajetória de 63 anos, o IEN/CNEN conta com a sua participação na enquete que irá definir como o Supercomputador será batizado. No formulário, é possível votar em algumas das opções apresentadas ou o próprio usuário poderá sugerir um nome para o equipamento que seja adequado, de acordo com os critérios de avaliação. Caso o nome sugerido pelo usuário se destaque conforme tais critérios (beleza, contexto, adequação temática, etc) poderá seguir para uma votação em segundo turno, onde será definido o nome do Supercomputador do IEN/CNEN.