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Itaú Unibanco e Bradesco trabalham juntos em projeto de blockchain

O blockchain está unindo instituições financeiras concorrentes para estudar como a nova tecnologia pode ser usada. O maior exemplo disto foi a criação da R3, uma empresa de tecnologia financeira dedicada a trabalhar com os bancos para entender como eles podem tirar proveito do blockchain. Atualmente, a R3 reúne um consórcio com cerca de 80 bancos ao redor do mundo, incluindo os brasileiros Itaú Unibanco e Bradesco, que estão trabalhando juntos em alguns projetos. 

O Itaú Unibanco começou a testar a tecnologia em 2015 com Ethereum, se juntou ao R3 e hoje lidera, junto com outros bancos, um grupo de trabalho da Febraban sobre blockchain, revelou o executivo da instituição financeira, Igor Freitas. Segundo ainda ele, o banco trabalha – em modelo de prova de conceito – com a tecnologia para compartilhamento de informação cadastrais das pessoas, para que os dados passem ser das pessoas físicas e não das instituições. “Nossas provas de conceito sempre partem do negócio. A tecnologia tem de partir de ideia de negócio e fazer sentido para o banco e cliente.”

Há cerca de um ano, em palestra no Ciab , Maurício Alban Salas, superintendente de arquitetura do Itaú Unibanco, havia revelado a criação de um centro de excelência com frentes estratégica, tecnológica e funcional com objetivo de mapear oportunidades e cenários e identificar parcerias de negócio e alianças estratégicas. Entre as possibilidades de adoção, Alban Salas citou o uso de blockchain como tecnologia para resolver problemas internos, como transações entre sistemas privados, e uso na negociação de debentures, com objetivo de reduzir a intermediação dos bancos no processo de emissão e negociação.

O Bradesco também começou testes em 2015 e, atualmente, conta com um grupo interdepartamental para estudar riscos e oportunidades. A prova de conceito da instituição, conforme relatou o executivo da instituição, George Marcel, foi na área de prevenção à fraude. Sem entrar em detalhes, o executivo do banco disse que há outras provas de conceito no pipeline. “Objetivo é termos um piloto em 2017 ou 2018.”

O projeto de compartilhamento de dados é fruto de um desenvolvimento colaborativo, algo novo entre os bancos.  Nele, Itaú, Bradesco e B3 (resultado da fusão da BM&FBovespa com a Cetip para formar a B3 — Brasil, Bolsa e Balcão) estão juntos desenvolvendo a solução e avaliando qual plataforma é melhor para os casos de usos.


“Queremos entender melhor as diferenças de plataformas. Para implantar algo temos de concordar qual plataforma vamos usar e estamos discutindo isto. Está interessante trabalhar em conjunto com outros que são concorrentes”, completou Marcel, do Bradesco. Os executivos participaram do evento Emerging Links, realizado em São Paulo.

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