Marcelo Braga, da IBM: Inteligência Artificial precisa engajar os dados corporativos
Executivo lembra que menos de 1% dos dados usados para treinamento é oriundo de empresas. "O momento agora é do dado público se juntar ao privado. Há um potencial enorme a ser explorado”, preconizou.

A discussão sobre inteligência artificial saiu da área de tecnologia da informação para estar no centro do debate do conselho das companhias. Agora, o momento é elevar a IA a um novo patamar de escala, destacou Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil e líder de IBM Technology, ao abrir o AI Forum Brasil 2025, nesta quinta-feira, 5/6, em São Paulo. Segundo ele, é chegada a hora de engajar os dados corporativos.
“Estamos na jornada de IA há algum tempo. Todo avanço da IA que tivemos nos últimos anos veio de treinamento de dados públicos, menos de 1% dos dados das empresas está treinado em IA”, alertou. Isso significa, segundo ele apontou, que 99% dos dados empresariais ainda não foram explorados pela inteligência artificial. “Agora chega o momento em que dado público se junta com privado para treinamento de IA”, ressaltou Braga.
O presidente da IBM apresentou quatro mudanças estratégicas que estão em curso no que tange a inteligência artificial. A primeira delas é a transição de modelos genéricos a modelos de IA especializados por domínio, ou seja, os pequenos modelos de linguagem (SLMs). Esses modelos menores são especializados no contexto e podem ser mais eficientes. Citando o Gartner, Braga destacou que metade dos modelos de IA em produção será especializada por domínio até 2027 versus 1% em 2023.
A segunda mudança é a ascensão dos agentes de IA, que estão tomando proporção dentro da discussão das empresas de forma muito rápida. Atualmente, já é possível que qualquer pessoa consiga montar agente de IA por meio de plataformas low-code/no-code, de forma muito mais simples, que distribua e escale IA dentro das empresas.
O terceiro ponto é o direcionamento para uma estratégia de IA aberta e híbrida. Braga ressaltou que não se trata mais de escola de modelos e que as empresas que aplicam princípios de híbrido por design conseguem até três vezes mais retorno sobre investimento em cinco anos. “A adoção de inteligência artificial aberta acelera a inovação, escala com eficiência e se adapta às necessidades do seu negócio, mantendo sua empresa na vanguarda da tecnologia”, assinalou.
E, por fim, o compromisso com governança e transparência da IA, que ganha ainda mais importância quando existem diversos agentes trabalhando e fazendo o que foi programado para fazer. “Para ter escala tem de ter governança como o todo”, pontuou Braga.