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Mastercard: pagamento instantâneo acirra ‘guerra das maquininhas’

A concorrência com os pagamentos instantâneos está apenas começando, sustentou João Pedro Paro Neto, presidente e CEO da Mastercard para Brasil e Cone Sul, em entrevista à CDTV, do Convergência Digital, durante o CIAB Febraban 2019, realizado de 11 a 13 de junho, em São Paulo.

“É uma novidade que está chegando ao mercado e que hoje está muito mais na fase de elaboração de como isto vai funcionar para termos de verdade esta solução implantada no mercado brasileiro. Acredito que no próximo ano vamos começar a ter experiências”, disse.

De acordo com o Banco Central do Brasil, os pagamentos instantâneos são as transferências monetárias eletrônicas entre diferentes instituições nas quais a transmissão da mensagem de pagamento e a disponibilidade de fundos para o beneficiário final ocorre em tempo real e cujo serviço está disponível para os usuários finais durante 24 horas por dia, sete dias por semana e em todos os dias no ano.

“Iniciar um pagamento instantâneo deverá ser tão simples quanto selecionar uma pessoa na lista de contato do telefone celular (sem a necessidade de inserir informações como número do banco, da agência e da conta e o CPF do recebedor) ou ler um código único de identificação, como um QR Code, por exemplo. Tudo o que deverá ser necessário é um smartphone, uma conta em um prestador de serviço de pagamento (PSP) da escolha do consumidor e o aplicativo desse PSP”, explica o Bacen em seu site.

Os pagamentos instantâneos são mais um capítulo na “guerra das maquininhas”, uma vez que instituem que as liquidações dos pagamentos acontecem na hora, ou seja, o dinheiro fica disponível no mesmo momento para o recebedor. A Mastercard, explicou Paro Neto, já permite transferências entre pessoas que tenham cartão da bandeira.


Na entrevista, o presidente e CEO da Mastercard para Brasil e Cone Sul também comentou como está o uso de open banking pela companhia. “Temos feito bastante coisa e temos condições de operar nas diferentes formas de pagamento, tanto no modelo tradicional de cartão como no mercado P2P, que são as transferências entre pessoas”, disse, citando parcerias que a Mastercard tem com empresas em outros mercados para o fomento da tecnologia. “No Brasil, estamos participando das discussões com o regulador para saber como isto vai acontecer, como vai ser desenhado e qual vai ser o melhor modelo para operar”, completou.

O Banco Central do Brasil publicou, em 24 de abril último, comunicado com os s requisitos fundamentais para a implementação no Brasil do sistema financeiro aberto (open banking) — veja aqui .  Com base nos requisitos apresentados, a expectativa do Bacen é que o modelo de open banking seja implementado a partir do segundo semestre de 2020.

Também se espera que o Banco Central do Brasil submeta a consulta pública as minutas, no segundo semestre de 2019, propondo a definição, entres outros aspectos, de escopo, abrangência, responsabilidades, requisitos mínimos para operacionalização do modelo, controles internos, gerenciamento de riscos e condições mínimas para a relação contratual que venha a ser estabelecida entre instituições autorizadas e terceiros não autorizados, além do próprio cronograma de implementação.

“O mercado brasileiro [de open banking] nasce já mais sofisticado que outros mercados, porque temos uma lei de proteção de dados implantada no País, o que vai facilitar o trabalho”, disse Paro Neto, da Mastercard. Na entrevista, ele também comentou o que é necessário para expandir a penetração dos meios eletrônicos de pagamentos no Brasil, dos atuais 40% para 60% do consumo das famílias. Assista à entrevista.

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