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Mileto/OiTV monta estratégia para reativar mais de 3 milhões de setup boxes

Ao completar três meses de operação, empresa formata simplificação dos produtos; negocia com antenistas; descarta o mercado de banda larga e diz que trabalha para ser uma empresa de tecnologia voltada ao entretenimento.

De setembro do ano passado até março, foi uma corrida para regularizar e viabilizar a aquisição da OiTV. De março para cá, três meses de operação efetiva, a jornada foi para estabilizar as operações e garantir a oferta dos serviços aos 400 mil clientes pós-pagos herdados da Oi, lembra o presidente da Mileto, Roberto Guenzburger. As ações foram muitas nesses 90 dias, entre elas, a decisão de passar a operar 100% com as próprias pernas a partir de abril.

“Nós segregamos o sistema de billing da Oi, que estava em Brasília, e migramos para a nuvem da AWS. Foi desafiador. Fizemos essa migração com o sistema funcionando. Tínhamos de fazer. Também fizemos a migração do faturamento, arrecadação, débitos automático, site e URA. Tudo está hoje sob o guarda-chuva da Mileto”, conta Guenzburger.

O trabalho segue incessante e a empresa soma 70 funcionários. Neste momento, afirma Fernanda Hermanny, diretora de marketing e desenvolvimento de negócios da Mileto, uma das prioridades é encontrar e reativar mais de 3 milhões de ‘caixas’ que estão no mercado. Uma das ações é conquistar os antenistas como canal de distribuição.

“Eles têm no trabalho essas caixas por diferentes razões. Estão sendo tratados como clientes porque estão na ponta em contato direto com o nosso assinante”. Guenzburger lembra que, hoje, o maior competidor da Mileto são as TV Box piratas. “Não são meus rivais tradicionais, mas os piratas. Os antenistas são um caminho para impedir que a pirataria se amplie. Vamos criar condições de trabalho e há uma boa recepção dele à marca OiTV”, pontua.

Além do trabalho com os canais de distribuição, a Mileto – que pode usar a marca OiTV por dois anos, terá a sua marca própria, mas ainda sem prazo de lançamento – também desenha uma simplificação nos pacotes vendidos aos assinantes. Guenzburger diz que serão três: entrada, intermediário e completo. “O cliente vai escolher o seu perfil e para ter bons preços e canais negociamos com as programadoras como fizemos com a SES, para ter acesso ao satélite”, detalha.


O diretor da Mileto assume que os 200 mil clientes pré-pagos herdados da OiTV se desfizeram rapidamente, principalmente, por conta da migração paga pelo governo das antenas parabólicas por conta da limpeza de faixa para o 5G. Mas muitos ainda têm a caixa e serão buscados pela empresa para voltarem à TV por assinatura. “Nós vamos ter produtos de streaming. O brasileiro ama vídeo. E em muitos lugares não há banda larga. Somos nós que temos condições de levar streaming”, observa.

Guenzburger refuta a hipótese de a Mileto Tecnologia entrar no mercado de banda larga. Ele deixa claro que a estratégia é se tornar uma empresa de tecnologia que distribui entretenimento para as casas e celulares. “Não seremos uma operadora isso eu posso garantir. Nosso objetivo é ser uma empresa de tecnologia. Vamos avançar no streaming”. O executivo diz que o mercado de DTH ainda tem potencial no interior do país e observa: pelo menos 20 milhões de residências no Brasil não têm acesso à banda larga. “Isso é um mercado a ser conquistado”, completa.

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