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Nutanix avança com IA e acirra ainda mais disputa com VMWare, Dell e Red Hat

Empresa diz que demanda por migração de plataforma cresceu muito, em especial, em órgãos públicos. SEFAZ/Acre trocou VMware/Dell pela Nutanix e TCE do Mato Grosso aderiu à plataforma de IA da companhia.

A Nutanix defende a escalabilidade do mundo híbrido, mas está otimista com a demanda crescente de negocios fora da nuvem, especialmente em órgãos públicos e segmentos que temem colocar seus dados sensíveis na cloud pública.  A busca por mais processamento, muito pela demanda de inteligência artificial, acirra a disputa da companhia por clientes de hiperconvergência e kubernetes com Dell, VMWare, Red Hat e Cisco.

Nesse embate, a plataforma Nutanix Enterprise AI (NAI) é a grande aposta, uma vez que ela simplifica a implementação e a gestão de inteligência artificial e modelos de linguagem de grande porte (LLMs). A NAI oferece endpoints seguros para APIs de IA generativa e pode ser implementado em infraestruturas locais, na nuvem ou na borda.

“Do pequeno ao grande, os clientes sabem que precisam de reforçar suas infraestruturas. A Nutanix funciona como um alicerce. Não se tem inteligência artificial sem o alicerce”, sustentou o diretor-geral da Nutanix no Brasil, Leonel Oliveira, em coletiva de imprensa, durante o evento “Power Enterprise AI Factories”, realizado em São Paulo, para clientes, prospects e parceiros, nesta terça-feira, 28/10.

Atualmente a solução mais usada da Nutanix – respondendo por cerca de 70% do mercado – é a plataforma de virtualização AHV, que está em demanda crescente por causa da insatisfação dos usuários com o suporte ofertado pela VMware, depois da aquisição pela Broadcom. Ao falar dos concorrentes, Leonel Oliveira, foi direto. “Atuamos dentro do mercado que já tem VMware, mas também estamos atendendo muita gente nova. Só 12% dos nossos clientes trabalham com VMware,” disse.

O executivo da Nutanix admite que há uma forte resistência- especialmente na área de TI – de migrar a infraestrutura. “Muitos estão insatisfeitos, mas não querem mudar e quebrar essa barreira não é simples”, ressaltou. Mas a demanda cresceu – tanto que há um grande otimismo com relação a 2026 – e a Nutanix se viu obrigada a ampliar o número de canais contratados para atender quem quer sair da VMware.


Sobre a Red Hat, Leonel Oliveira diz que clientes relatam que a implementação com Nutanix é mais eficiente. “Se você não tem portabilidade de aplicação, não tem liberdade de ir e vir”, disparou. Para provar que é possível migrar, a Nutanix levou clientes ao evento em São Paulo.

Um dos casos de sucesso apresentado foi o do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso que decidiu usar a inteligência artificial para ser mais ágil na gestão de pessoas. Com data center próprio, o órgão de contas estadual contratou a plataforma NAI para rodar o modelo Llama, da Meta. O desenvolvedor sênior do TCE, Marco Antonio Azevedo, antecipou que o órgão estuda aplicar análises eletrônicas em licitações como próximo passo na sua digitalização.

Já a Secretaria de Fazenda do Acre trocou VMWare/Dell pela plataforma NAI e está há 45 dias testando os modelos Llama 3.2 e Gema 2. A mudança de sistemas foi determinada pela necessidade de mais segurança e melhor suporte após a venda da VMWare à Broadcom e pela indefinição quanto à renovação de licenciamento por parte da Dell, contou o analista sênior de software, do Rafael Castro. “Nossa intenção é que a IA ajude a interpretar acórdãos que trazem benefícios tributários, assim trazendo mais celeridade para o contribuinte que pedir uma isenção fiscal”, definiu o analista.

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