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Oi aposta tudo em serviços de TIC da Oi Soluções para refazer o caixa

Presidente da tele, Marcelo Milliet, diz que a Oi Soluções já representa 65% da receita total. Arbitragem com o governo segue e venda de cobre também é forma de aumentar a receita.

Mesmo com os resultados financeiros mostrando queda na receita da Oi Soluções em 2024, a Oi segue apostando tudo na oferta de serviços de TIC através da Oi Soluções para fortalecer a Nova Oi, pontuou o presidente da tele, Marcelo Milliet, após teleconferência de resultados do 4º trimestre, realizada nesta quinta-feira, 26/3.

A Oi Soluções, reportou o executivo, já representa 65% da receita total da Nova Oi e terá impacto ainda maior nos resultados do segundo trimestre em função das licitações vencidas e dos contratos assinados nos primeiros meses do ano.

“Crescemos em cloud, 11% e em comunicação unificada, 20%”, comemora. A receita da Oi Soluções ficou em R$ 409 milhões, uma queda de 26%, mas de acordo com o presidente da Oi, isso aconteceu em função da redução da oferta de serviços legados e pela seletividade adotada para novas vendas. “Procuramos vendas que trouxessem mais receita à Oi”, declarou.

Milliet também falou sobre as subsidiárias integrais que vão permanecer na Nova Oi: SEREDE, voltada para operações de campo, a Tahto, de call Center, e a Oi Services, para serviços BPO. Segundo ele, todas têm potencial de crescimento e para gerar valor à Nova Oi.

A migração de concessão para autorização foi comemorada, mas a Oi admite que a implementação das obrigações do acordo de trocar da concessão para autorização é um desafio a ser superado ao longo do ano. “Vamos ter gastos”, ressaltou.


A arbitragem com o governo para a compensação econômico-financeiro por conta do desequilíbrio da concessão segue em andamento e Milliet buscou falar o menos possível sobre o tema, mas admitiu que o ‘processo pode levar anos’. Na busca por receita, a Oi também quer vender mais ativos imobiliários ao longo deste ano e aposta na venda de sucata de cobre, além do acerto feito com a V.tal – a venda de sucata por R$ 1,2 bilhão, firmado em junho de 2023. Isso porque o cobre aéreo permanece com a Oi e na medida em que for extraído, será “negociado como sucata no mercado nacional e provavelmente agora no internacional também”.

“Estamos indo agora para localidades mais distantes para ter esse cobre. A extração é um custo, mas também nos rende receita. O cobre hoje está avaliado em 12 mil dólares a tonelada, mas já ficou em 8 mil dólares. É um mercado volátil”, observou. O fim do cobre também permitirá à Oi reduzir os custos com manutenção de rede legada e de uso de postes, adicionou.

Resultados financeiros

Considerando operações descontinuadas como o Oi Fibra, a Oi somou receita líquida anual de R$ 8,2 bilhões (queda de 14%) e lucro contábil de R$ 9,6 bilhões, impulsionado por um resultado financeiro positivo.

Já os negócios que vão prosseguir com a operadora para formar a chamada Nova Oi registraram uma receita de R$ 3 bilhões em 2024, ou queda de 26%. No quarto trimestre foram R$ 625 milhões de faturamento (-33%).

Entram na conta a Oi Soluções (unidade para atendimento de grandes empresas e governo considerada “core” pela tele), subsidiárias como Serede, Tahto e Oi Services e operações legadas de telefonia fixa que a Oi deve manter como parte da adaptação de sua concessão do serviço. A empresa aponta que esses negócios “não core” que têm pressionado a receita. Já a posição de caixa da Oi ao final de 2024 era de R$ 1,770 bilhão, contra R$ 2,194 bilhão ao final de 2023.

A dívida da empresa teve uma redução de 56% no montante no ano contra ano, para R$ 10,1 bilhões em “valor justo”. Vale notar que no quarto trimestre em relação ao terceiro, houve alta de 13% na dívida por conta da desvalorização do real vs. o dólar no período. Em 2024, a Oi reportou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de R$ 1,497 bilhão, na soma de operações descontinuadas e Nova Oi, sendo R$ 641 milhões negativos no quarto trimestre.

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