Oracle assume correr atrás em cloud, mas se coloca na briga da Inteligência Artificial (IA)
A Oracle admite que saiu 10 anos atrás na corrida de computação em nuvem, mas diz que o momento econômico global ficou favorável, “uma vez que os custos da empresa em cloud são de 30% a 50% dos rivais e mais eficiente”, como diz o presidente da Oracle Brasil, Luiz Maioral, no Oracle Cloud World, que acontece nesta quinta-feira, 27/04, em São Paulo.
A análise de mercado do executivo está em sintonia com a feita pelo vice-presidente sênior de Operações, Doug Kehring, em sua participação no evento. O executivo fez uma ‘mea culpa’. “Nós sempre vendemos as partes e peças para o cliente sem preocupação com a solução. A gente não fazia o carro, deixava o cliente montar. E hoje eu acho que as nossas rivais Google e AWS fazem isso. Elas vendem a infraestrutura. A Oracle aprendeu com os erros. Estamos construindo o carro com os nossos clientes. Na verdade, nós queremos construir e gerenciar o carro para o cliente”, sustentou.
Questionado se a Oracle também está atrasada na disputa da Inteligência Artificial (IA), o presidente da Oracle Brasil, Alexandre Maioral, assegurou que não. Mas admitiu que a estratégia da companhia é diferente das suas rivais. “A Nvidia só fez IA com a infraestrutura Oracle. Nós colocamos IA embutida nos nossos produtos. Não fizemos uma vertical de negócios. IA está em todos os nossos produtos”, reforçou.
Na disputa do mundo cloud, Maioral diz que a empresa está firmando parcerias com rivais- Microsoft e AWS – e está, sim, conquistando seu mercado, mesmo não estando no top 3. O Brasil e a América Latina são exemplos de adesão à computação em nuvem.
“Fomos os primeiros a ter cloud como maior fonte de receita”, contou. A Oracle possui dois datacenters no país – São Paulo e Vinhedo, com a Ascenty – e negocia um terceiro, mas em um modelo diferente, que pode vir em parceria com uma operadora de telecom ou com um datacenter em regime de OEM. “Estamos maturando e conversando com todo mundo para saber o melhor modelo”, disse.
Com relação ao momento econômico no Brasil e no mundo, Alexandre Maioral diz que a retração de recursos valoriza o uso da tecnologia e sustenta, por exemplo, o plano de em 2024, a Oracle Brasil conseguir um crescimento em três dígitos. “Não tivemos demissão em massa porque não somos uma big tech e não entramos na bolha. Hoje o mercado nos enxerga na aplicação e na infraestrutura”, concluiu.
Ana Paula Lobo participou do Oracle World Cloud São Paulo a convite da Oracle Brasil