Para Abracloud, taxa por GB defendida pelas teles é ruim e desnecessária
A AbraCloud, associação que reúne as empresas de nuvem no Brasil, divulgou um manifesto contra a criação de novos mecanismos de cobrança sobre as big techs por tráfego em redes de telecomunicações.
Para a AbraCloud “a taxação pode representar um retrocesso significativo para a inclusão digital e a inovação no Brasil e que o princípio de uma internet livre e igualitária será amplamente afetado e que há riscos reais de o governo prejudicar os provedores de conteúdo que se opuserem aos seus interesses”.
A proposta de taxar empresas como Google, Meta, Netflix e outras, com base no volume de dados que trafegam está sendo chamada pela AbraCloud de Imposto do GB, não só afeta as Big Techs, mas também afeta diretamente os consumidores, que arcarão com os custos adicionais.
Na avaliação da entidade, a narrativa de que as Big Techs estão ganhando muito enquanto as teles recebem pouco é falaciosa. As grandes operadoras de telecom no Brasil e os provedores de acesso menores, já se beneficiam enormemente da crescente demanda por conteúdo de vídeo, que impulsiona a venda de planos de internet de alta velocidade. Além disso, as Big Techs já instalam, sem custo, equipamentos dentro dos provedores de acesso, CDNs e teles, reduzindo significativamente os custos dessas operadoras.
“A ideia de que essas empresas precisam de mais receitas às custas de novas taxas é injustificável. Na prática, o Imposto do GB é um imposto indireto que será repassado aos consumidores, encarecendo serviços como Netflix e Prime Video”, argumenta Roberto Bertó, presidente da AbraCloud. Segundo ele, “as empresas de telecomunicações já obtêm receitas justas com o modelo atual”.