Produção de computadores puxa alta de 7% na indústria eletroeletrônica
A indústria eletroeletrônica encerrou 2021 com faturamento de R$ 214,2 bilhões, o que representa um crescimento real, descontada a inflação, de 7% na comparação com 2020. Os números foram apresentados nesta quinta, 9/12, pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, Abinee. Em dólar, o aumento no faturamento do setor foi de 19%, para US$ 39,8 bilhões.
Colaborou especialmente para esse desempenho o crescimento de 17% da indústria de informática, fruto das altas de 24% nos desktops, 28% nos tablets e 35% nos notebooks, especialmente impulsionados pelas medidas de isolamento e o consequente crescimento do teletrabalho e do ensino remoto.
O presidente da Abinee, Humberto Barbato, destacou a recuperação apesar das dificuldades trazidas pela pandemia de Covid-19. “Apesar das dificuldades remanescentes da pandemia e das instabilidades do cenário econômico, conseguimos voltar aos níveis de 2019, com crescimento no faturamento e na produção do setor. Para 2022, esperamos crescimento razoável”, disse.
Entre as dificuldades, a Abinee destacou a desorganização das cadeias globais, com dificuldade para aquisição de componentes, especialmente semicondutores, que afetou 70% das empresas do setor. Além do aumento de preço dos componentes, houve atraso na produção e entrega, com paralisação de linhas de produção.
As indústrias eletroeletrônicas acreditam que a situação será normalizada entre meados de 2022 e 2023 – mas de forma variada. Enquanto 28% do segmento não arrisca uma previsão de melhora, outros 25% só esperam a regularização do fornecimento de semicondutores em meados de 2023.
No lado positivo, 2021 viu a indústria eletroeletrônica recuperar o nível de emprego, que aumento 8% e passou de 247 mil postos de trabalho em dezembro de 2020 para 266 mil pessoas no final deste 2021, o que corresponde à geração líquida de 19 mil vagas nas associadas da Abinee.
A produção industrial de bens eletroeletrônicos apresentou alta de 3% em 2021 em relação ao ano passado. Já a utilização da capacidade instalada aumentou de 78% para 80% este ano, ultrapassando a média dos últimos nove anos.
As exportações do setor cresceram 26% em 2021, passando de US$ 4,5 bilhões para US$ 5,6 bilhões, voltando aos níveis de 2019 (US$ 5,6 bilhões). Já as importações aumentaram 26%, de US$ 31,4 bilhões, em 2020, para US$ 39,4 bilhões este ano. Na comparação com 2019, o crescimento também foi expressivo, de 23%. Com isso, o déficit da balança comercial atingiu US$ 33,8 bilhões, total 26% superior ao apresentado em 2020.
O setor eletroeletrônico espera um crescimento real (descontada a inflação) de 2% no faturamento, que deve alcançar R$ 233,3 bilhões em 2022. A Abinee também projeta elevação de 2% na produção e aumento de 2% no nível de emprego, que deve passar de 266 mil para 272 mil trabalhadores. As exportações devem crescer 5% (US$ 5,9 bilhões) e as importações, 7% (US$ 42,2 bilhões).