Queda em fabricação de celulares e notebooks derruba faturamento da indústria
A indústria de eletroeletrônicos no Brasil terminou 2023 com faturamento de R$ 204,2 bilhões, um recuo de 6% – motivado pelo desempenho dos segmentos de telecomunicações (smartphones) e informática (PCs).
A produção física caiu ainda mais, 8%, assim como a utilização da capacidade instalada (de 76% para 72%). O setor termina 2023 com 263,3 mil empregados, 4 mil a menos que um ano antes.
Os segmentos que puxaram para baixo o valor do faturamento foram informática (-17%), telecomunicações (-21%) e componentes (-25%). No caso dos PCs, a venda de notebooks refluiu após as altas fortes durante a pandemia de Covid-19. No caso de telecom (e componentes), a indústria acusa fortemente a venda de smartphones contrabandeados como causa principal.
As vendas de celulares caíram 14%, ao mesmo tempo em que o mercado irregular de aparelhos passou de 8% (em 2019) para 21% no quarto trimestre deste ano.
Por outro lado, tiveram desempenho positivo no faturamento do setor as áreas de GTD (5%), equipamentos industriais (4%), utilidades domésticas (6%) e automação industrial (19%).
Mercado externo
Outro destaque positivo foram as exportações do setor, que apresentaram aumento de 7%, totalizando US$ 7,2 bilhões. Destacaram-se os crescimentos nas vendas externas de bens de Automação Industrial (+32%), de Material Elétrico de Instalação (+24%) e de bens de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica – GTD (+24%).
As importações recuaram 5%, somando US$ 43,1 bilhões. Os semicondutores (que compreendem diodos, circuitos, memórias etc) foram os itens mais importados, alcançando US$ 5,3 bilhões. Individualmente, o produto mais importado do setor foi o módulo fotovoltaico (US$ 3,9 bilhões), que ficou na quarta posição no total geral das importações do Brasil.
Dessa forma, o déficit da balança comercial totalizou US$ 35,9 bilhões, resultado 7% inferior ao apresentado em 2022 (US$ 38,6 bilhões). Vale destacar que a queda no déficit foi mais influenciada pela retração nas importações, em virtude da queda na produção interna, do que pelo aumento das exportações.
Os investimentos recuaram 6%, totalizando R$ 3,5 bilhões, o que representa 1,72% do faturamento do setor, participação similar à registrada em 2022.