
O grupo japonês Rakuten Symphony, braço de infraestrutura digital da gigante de tecnologia Rakuten, escolheu o Brasil como hub para sua expansão na América Latina no promissor mercado de edge computing.
Com um investimento inicial de US$ 3 milhões, ou algo em torno de R$ 17 milhões, nos próximos seis meses e uma parceria estratégica com a distribuidora local Simply Tech, a empresa pretende oferecer soluções de baixa latência para setores como saúde, varejo e administração pública em um mercado regional estimado em US$ 55 bilhões.
A operação, que terá como carro-chefe a plataforma Rakuten Cloud – baseada em Kubernetes para aplicações em tempo real –, começará pelo Brasil, México e Colômbia, com planos de expansão para Bolívia, Argentina e Uruguai até 2026. A meta ambiciosa é capturar de 1% a 2% do mercado latino-americano.
“Sabemos o valor que o Brasil pode trazer para a mesa, em primeiro lugar, porque a solução em que estamos trabalhando é muito necessária. Se for um país pequeno, você não precisa de edge computing – seu data center é suficiente. Mas se o país é grande, você precisa de infraestrutura distribuída, com capacidade em todos os lugares”, afirma o vice-presidente de vendas corporativas da unidade de nuvem da Rakuten, Anirban Oni Chakravartti.
Segundo o executivo, há pelo menos cinco mercados prioritários na mira dos investimentos. “A soberania de dados é muito importante. O setor público é uma área onde acreditamos que temos uma solução única. E vimos isso confirmado em algumas reuniões com clientes. O segundo setor é o de bens de consumo de rápida movimentação (FMCG), onde há um portfólio diversificado e as coisas mudam muito rápido. É preciso controlar o estoque em tempo real, porque eficiência é a chave. Você precisa ser altamente eficiente para garantir a rentabilidade das organizações. Nossa solução em edge computing oferece isso. Portanto, bens de consumo e varejo seriam outra área prioritária. O terceiro setor seria a saúde, que é crítico para os negócios. Lá, os dados precisam ser únicos e confiáveis. Por exemplo, hospitais precisam tomar decisões independentes, sem depender de latência ou conectividade com a nuvem. Eles devem operar de forma autônoma, garantindo privacidade de dados.”
Como aponta Sam Freitas, head de Desenvolvimento de Negócios da Simply Tech, a partir do Brasil a parceria quer conquistar o mercado regional. “Começaremos pelo Brasil e México, mas também estamos desenvolvendo diferentes canais na Bolívia, além de Argentina e Uruguai. Vamos investir cerca de US$ 3 milhões nos próximos seis meses, em parceria com nossos colaboradores e todo o ecossistema. E continuaremos crescendo nos próximos três anos – essa é a meta. Para contextualizar, o tamanho deste mercado na América Latina é de aproximadamente US$ 55 bilhões. Nosso objetivo, como distribuidor em parceria com a Rakuten, é alcançar pelo menos 1% a 2% desse mercado nos próximos três anos”, diz Freitas.