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Reputação de marca faz empresas brasileiras investirem mais em ESG

O Brasil foi o país onde o maior número de empresas já conseguiu implementar suas estratégias de sustentabilidade: 68% das empresas contam com estratégias em funcionamento, 26% a mais em relação ao ano anterior. Entre elas, 28% confirmam ter incorporado mais pilares relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU em suas estratégias de sustentabilidade nos últimos 12 meses. Os dados são da segunda edição do estudo “Sustentabilidade na Agenda das Lideranças da América Latina” promovida pela SAP reunindo entrevistas com 410 líderes regionais, divulgada nesta segunda-feira, 04/04.

Diversidade e Inclusão funcionam como uma das principais portas de entrada para o mundo da sustentabilidade: 63% das empresas endereçam o tema de alguma forma. Vêm na sequência cadeias de valor socialmente responsáveis (53%), força de trabalho preparada e ações relacionadas com as emissões de carbono (ambas com 45%) e economia circular (32%). Em qualquer um dos casos, 39% dos consultados indicam que já começaram a ver resultados de suas ações de sustentabilidade e 29% esperam reportá-los ao longo de 2022.

Em encontro online com a imprensa,  o diretor de sustentabilidade da SAP para América Latina e Caribe, o brasileiro Pedro Pereira, que depois de 10 anos morando em Dubai, irá morar em Miami para gerenciar as ações de sustentabilidade da SAP na região, se mostrou entusiasmado com o potencial do ESG, em especial, as oportunidades de negócios com Economia Circular. “A região pode se tornar protagonista. O desenvolvimento da nossa energia é muito mais limpo que no mundo. A busca por redução de carbono, prioridade no Brasil, também adiciona oportunidades de o Brasil e a América Latina serem protagonistas”, sustentou o executivo.

No relatório, diversidade e inclusão aparecem na prioridade, mas a reputação da marca, também no Brasil, ganha especial atenção das empresas. No Brasil, reputação da marca é topo de prioridade com 63%. Ser parte do propósito também aparece com 63%. Um dado interessante é que ficar à frente da concorrência aparece apenas com 26% e cumprimento às regulamentações governamentais desponta com apenas 20%, enquanto na Europa, exemplifica Pedro Pereira, esse item já está no top 3 de prioridades. “Se hoje a reputação da marca lidera, amanhã, quando os governos se alinharem na América Latina para o cumprimento das metas globais de sustentabilidade, as regulamentações vão ganhar mais destaque”, reforçou.

O principal desafio para as empresas nacionais continua a ser a dificuldade de aferição de resultados: 59% dos executivos do país têm dificuldade para medir o impacto de suas ações, 13 pontos percentuais acima da média regional (46%), problema seguido pela dificuldade de demonstrar o retorno de seu investimento (49%). 45% estão utilizando tecnologia para superar este desafio e aprimorar seus programas, com 15% dos líderes considerando a adoção de novas ferramentas tecnológicas para a gestão de programas ESG já em 2022.


O Brasil é o segundo país da região onde os executivos dizem já visualizar o impacto das iniciativas ESG nos negócios, com 41%. Outros 30% acreditam que serão capazes de medir e conferir o resultado nos negócios ainda em 2022. A maturação das práticas tem acelerado o passo dos investimentos: 35% das empresas brasileiras planejam aumentar seus investimentos em sustentabilidade. Outros 59% planejam manter o investimento feito no ano anterior.

Redução de carbono

No Brasil, a redução de carbono vira prioridade também. Mas há pontos relevantes: se 36% das empresas dizem que implantaram medidas efetivas para reduzir as emissões de carbono, outros 33% admitem não ter nenhuma política de redução de carbono. Outro ponto importante no Brasil: 40% das empresas entrevistadas já contabilizam resultados de curto prazo com o investimento em sustentabilidade e 29% esperam ter esse resultado ao longo deste ano. ” A sustentabilidade entrou definitivamente no orçamento das empresas e 40% delas dizem que vão aumentar o percentual dedicado ainda em 2022″, afirmou Pedro Pereira, mas o executivo não soube precisar um percentual médio dedicado à sustentabilidade nos orçamentos. 

Segundo estimativas do IDC, a adoção contínua de soluções na nuvem pode evitar a emissão de mais de 12 milhões de toneladas de dióxido de carbono na região entre 2021 e 2024. Mais uma prova de que a tecnologia não é apenas uma grande aliada para gerar impactos sustentáveis, mas também uma grande propulsora e importante ferramenta de apoio para a gestão da sustentabilidade. Outro dado importante do estudo relata que 71% das empresas já utilizam algum tipo de tecnologia para gerenciar e apresentar resultados relacionados a ações sustentáveis. No Brasil, esse percentual está em 40%. “Temos muito por fazer, mas a região avançou muito em sustentabilidade. Podemos dizer que não é apenas marketing, mas há processos em evolução. Tanto que 42% já usam tecnologia para suportar as ações de sustentabilidade”, completa.

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