Na era onde a inteligência artificial redesenha as infraestruturas e aplicações, as mudanças que estão por vir não devem ser temidas, observa o presidente da Cisco Brasil, Ricardo Mucci. As redes estão mais complexas e são centrais na estratégia de transformação digital.
Ao Convergência Digital, o executivo ressalta que “a inteligência artificial vai eliminar os erros humanos de configuração de rede. Também vai fazer uma análise de comportamento para prever as potenciais falhas futuras. A gestão apenas humana não é mais possível. A interação máquina e homem é uma realidade quer se queira ou não.”
Mucci preconiza: 2025 marca uma mudança tecnológica com a interconexão da IA, da cibersegurança, da governança de dados, da sustentabilidade, do novo ambiente de negócios e das infraestruturas mais modernas.
“Essa transformação só nos faz ter a obrigação de cuidar mais e mais da nossa gente, das nossas pessoas. A tecnologia atropelou. E aqui entro num ponto central: a conectividade é o pilar dessa revolução. Sem conectividade, nada acontece”, reforça Mucci. Não temer o futuro e a convivência com a IA são prioridades para os líderes. A IA é para servir; para ajudar, para evoluir”, assinala.
No cardápio do que está por vir, os agentes de IA ganham protagonismo e vão evoluir em serviços e aplicações. Indagado sobre o embate entre a IA do bem e a IA do mal, o presidente da Cisco Brasil lembrou que recente estudo da companhia mostrou que 30% das companhias globais não se sentem confortáveis para fazer a gestão eficaz das infraestruturas de IA.
Até por isso, a segurança está sendo desafiada todos os dias. É obrigatório, pontua Mucci, que as companhias garantam que os dados trafegados nas infraestruturas não tenham risco de serem vazados e que ações de proteção sejam adotadas para evitar os ataques hackers.
O presidente da Cisco Brasil lamenta o fato de, hoje, o ciberataque render mais dinheiro do que o narcotráfico. E alerta: é hora de evitar que novas tecnologias como a computação quântica possam vir a se associar à IA do mal, o que seria destruidor para o mundo.
“A segurança tem de ser pensada na origem da infraestrutura e da aplicação para ter a melhor validação possível. Em nosso laboratório de design de chips, em Barcelona, estamos fazendo um chipset para proteger as infraestruturas anti-quantum, especialmente para os grandes provedores de serviços. É pensar à frente o máximo possível”, antecipa.
Mucci fala também da remodelagem imposta à indústria de TIC pela IA; da busca incessante por mais eficiência e, especialmente, sobre como cuidar das pessoas sem ter medo das mudanças. Assista à íntegra da entrevista com Ricardo Mucci, presidente da Cisco Brasil.