Robôs agilizam a emissão de guias da previdência social
A automatização de processos via robotização (ou RPA, da sigla em inglês para robotic process automation) tem se mostrado eficiente para aumentar a produtividade e melhorar os controles. Em sua palestra durante o SAP Fórum, realizado dias 12 e 13/9 em São Paulo, Fernando Capovilla, gerente de competitividade e automação da Capgemini Brasil, reforçou a necessidade de, antes de robotizar um processo, verificar se o mesmo está adequado. Caso contrário, enfatizou, “robotiza-se um problema”.
A robotização de processos consiste em um conjunto de tecnologias que usam o software como um “FTE virtual” para manipular as aplicações existentes (por exemplo, CRM, ERP) da mesma forma que uma pessoa completa um processo. Isto ajuda a eliminar ou a reduzir a intervenção humana na execução de tarefas e na tomada de decisões.
Entre as funcionalidades-chave estão a integração de sistemas comerciais não intrusivos, principalmente, por meio da interface do usuário; a agregação de dados e consolidação de diversos sistemas; execução de regras de negócio baseado em definições ou autoaprendizado; lista de atividades e fila de execução que podem ser executados por um robô e monitoramento de atividade que captura e analisa os dados sendo organizado por um orquestrador.
Para evitar que isso ocorra, a Capgemini criou uma metodologia de análise dos processos. Batizada de ESOAR, o método inclui eliminar o que não agrega valor para fazer o balanceamento do volume de trabalho; padronizar o que esteja maduro; otimizar os processos para diminuir o tempo de execução das atividades e obter ganho de agilidade na execução de relatórios; automatizar os processos por meio de ferramentas de mercado e, por fim, robotização. Ou seja, pegar a atividade manual do processo, que é repetitivo e baseado em regras, e robotizá-lo para eliminação de atividades manuais com foco na revisão de acuracidade. “Saltar essas etapas significa robotizar um problema. Por isto, antes de robotizar, é preciso passar por todas elas.”
Entre os casos de uso, Capovilla relatou o uso de robôs para emissão de guias de previdência social. Para isto, faz-se a quebra de captcha automática, não sendo necessária a interação manual para tal tarefa. “A geração de guia fica 100% automatizada. Há redução significativa no tempo de processamento”, disse, relatando o caso de um cliente que conseguiu diminuição de 60% no esforço total no tempo de execução. “Antes era humano; agora só robôs.”
Para Capovilla, estamos vivendo um momento de revolução das atividades e a robotização vai impactar muito todas as atividades. “Na área médica, por exemplo, a robotização está sendo fortemente utilizada e agora estamos vendo ela ser distribuída para outras atividades, como BPO. Hoje dentro da Capgemini temos mais de cem robôs no Brasil operando em diversas tecnologias.”
No entanto, o especialista alerta: nem todos os processos estão aptos para automação. Antes de aplicar RPA a empresa precisa se fazer algumas perguntas, tais como se a atividade é manual e repetitiva; se é baseada em regras; se possui entrada de dado eletrônico se tem entradas padrões/padronizadas; e se baixa taxa de exceção.