Só uma em cada cinco empresas já enviou dados para eSocial
No primeiro mês de adesão ao eSocial, apenas 2.831 empresas, das 15 mil esperadas, já enviaram as informações obrigatórias ao novo sistema. O número, referente ao total às 8h desta quinta, 1/2, acende um sinal de alerta e o governo vai usar o sistema de informações da Receita Federal para procurar as empresas que ainda não se mexeram.
“Não chega a ser uma surpresa, mas é um número baixo e nos preocupa. Estamos mandando uma correspondência por meio do sistema da Receita para alertar sobre o prazo e perguntar se precisam de ajuda, se há problemas. Também estamos entrando em contato com entidades como a CNI, CNS, Brasscom, etc para que também alertem seus associados”, diz o coordenador do eSocial, José Maia, em entrevista ao portal Convergência Digital.
Ainda há tempo, visto que essa primeira fase para as empresas que faturam mais de R$ 78 milhões por ano só termina no fim de fevereiro. Mas como alerta o auditor do trabalho, é certo que falhas ocorrerão, seja por informações inconsistentes, ou erros no sistema das empresas para se comunicar com o eSocial.
“Gostaríamos que esse número já fosse mais alto, até para nos anteciparmos a eventuais problemas. Sabemos que pelo menos 796 empresas tentaram mandar as informações e não estão conseguindo. Isso é natural. É pouco em relação aos 15 mil, mas tem muita gente que não começou a tentar ainda. D deixar para tentar mais tarde fica com os prazos apertados”, insiste Maia.
O cronograma é escalonado dentro dos diferentes grupos de empresas. Nesta primeira etapa, aquelas com mais de R$ 78 milhões de faturamento, terão dois meses para encaminhar informações sobre as próprias companhias. Em seguida, outros dois meses para informações sobre os trabalhadores. E só na terceira fase, a partir de maio, os dados relativos às folhas de pagamento.
“Aos poucos vão emergir questões de irregularidades cadastrais. Por exemplo, um empregado cadastrado com o numero errado de PIS. Até aqui isso só era identificado na hora de pagar o beneficio, mas agora vai aparecer. Também virão à tona problemas de sistemas que as empresas desenvolveram para prestar as informações. Não estamos trabalhando com a ideia e prorrogar nenhum prazo, nem temos motivo. Se tem empresas conseguindo enviar, não se justifica”, afirma José Maia.