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Santander: IA mudou e vai mudar ainda mais a forma de fazer software

CIO do Santander e CEO da F1RST Digital Services, Richard Flávio Silva, assinala que a IA agêntica chegou para ficar, mas o humano segue com a rédea da estratégia.

Cobertura especial . Febraban Tech 2025

O CIO do Santander e CEO da F1RST Digital Services, Richard Flavio Silva, participou da Febraban Tech 2025, nesta terça-feira, 10/6, e contou como a IA está moldando a infraestrutura, acelerando processos e redefinindo a maneira como sistemas e software são desenvolvidos.

Silva lembrou que, nos últimos anos, o mundo passou por diversas revoluções tecnológicas, como o mobile first, a nuvem, a hiperconectividade e o data driven. Cada uma dessas etapas consolidou novos paradigmas e práticas. “Nesse contexto, a IA se coloca como uma nova infraestrutura tecnológica, acompanhada por sistemas agênticos que desempenham papéis fundamentais”, disse, lembrando que a construção de stacks tecnológicos amadureceu de forma significativa com soluções que integram IA em processos tradicionais, como geração de código e chatbots. No entanto, o futuro promete algo ainda mais revolucionário: um redesenho completo dos stacks de software.

No ecossistema digital, o executivo Silva prevê a ascensão de agentes orquestradores de IA capazes de identificar especialistas e contextualizar demandas com eficiência. “Esses sistemas poderão traduzir requisições em linguagem natural para resultados mais rápidos e precisos, transformando o desenvolvimento de software”, acrescentou. Ele reforçou ainda que protocolos como o MCP (Anthropic) exemplificam a velocidade com que essas tecnologias estão sendo adotadas.

A maior transformação proporcionada pela IA, segundo Silva, é a aceleração sem precedentes que ela traz aos processos. Isso não apenas reduz o tempo necessário para tarefas complexas, mas também libera profissionais para focar em atividades mais estratégicas. No entanto, ele alertou para os riscos associados à escala de erros e vieses, sublinhando a importância de supervisão humana, guard rails e processos bem estruturados.

Mudando o trabalho do desenvolvedor


Silva acredita que o papel do desenvolvedor está prestes a mudar radicalmente. “Tarefas de baixo valor agregado, como documentação e gestão de obsolescência, poderá ser delegadas a equipes de IA agêntica, oferecendo maior eficiência sem perder o foco na supervisão humana.”

Falando de exemplos práticos, Silva contou que, no Santander Brasil, o uso estratégico da IA tem gerado resultados impressionantes. Alguns exemplos incluem:

  • Gestão de obsolescência de linguagens – os modelos atingiram uma precisão de 98%, com o tempo de conversão de um programa reduzido de 40 horas para apenas 7 minutos.
  • Pitch Maker – a aplicação reduziu o tempo de preparação de pitches de 30 minutos para menos de 1 minuto, acompanhada de recomendações de investimento.
  • Revisão de código – a IA tem sido usada para aumentar a precisão e reduzir custos significativamente.

O executivo defende que o papel humano continuará essencial. “A supervisão, o controle e a definição de limites da IA são indispensáveis para garantir que seus benefícios não venham acompanhados de problemas éticos ou operacionais”, disse. Para ele, o desafio está em aproveitar ao máximo essa tecnologia enquanto se mantém o comando nas mãos dos indivíduos, garantindo que a jornada digital continue beneficiando todos.

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