Setores de maior tecnologia, como informática, foram os piores em 2023
Em 2023, a evolução da indústria de transformação por intensidade tecnológica mostra que os ramos de maior intensidade tecnológica foram os que levaram à deterioração do resultado agregado.
Os números trimestrais mostram recuo da produção em todos: -1,0% no 1º trim/23; -1,5% no 2º trim/23; -1,1% no 3º trim/23 e -0,4% no 4º trim/23, sempre em relação ao mesmo período do ano anterior.
O desempenho foi especialmente ruim para os segmentos de alta intensidade tecnológica, com a produção variando -0,3% em 2022, recuando ainda mais, -4,9%, em 2023, com profunda deterioração no 4º trim/23: -16,4% frente ao mesmo período do ano anterior.
E os piores resultados foram verificados na produção de informática e de equipamentos de rádio, TV e comunicação. No final do ano, a indústria farmacêutica ajudou a intensificar ainda mais a queda.
Já a indústria de média-alta tecnologia apresentou o pior resultado no acumulado de 2023: -6,6% frente ao ano anterior, e pouco alívio teve no final do ano ao variar -6,4% no 4º trim/23.
Como aponta o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, IEDI, o desempenho é especialmente desfavorável uma vez que os ramos de maior intensidade tecnológica tendem a criar interações com um conjunto mais diversificado de atividades, dada a complexidade de seus produtos, e são também os que mais investem em inovação.
“Neste sentido, o Brasil andou na contramão do mundo, já que, segundo a UNIDO, no mundo, são estes ramos que têm liderado o dinamismo industrial”, diz o IEDI em sua análise sobre 2023.
O ponto favorável dessa análise é que os primeiros números de 2024 indicam “progressos na composição do desempenho da indústria de transformação, à medida que ramos de maior intensidade tecnológica estão crescendo mais, como equipamentos de informática e eletrônicos, máquinas e aparelhos elétricos, veículos e autopeças.