Stefanini vai investir R$ 2 bilhões em IA até 2027
“IA se constrói gradativamente, sem excesso de otimismos”, ensina Marco Stefanini, CEO global da companhia.
Investir em inteligência artificial (IA) não é surfar na onda do momento. Ao menos para a Stefafini, que desde 2018 vem explorando modelos Large Language Models (LLMs), inovando em aplicações, cibersegurança, cloud, digital workplace, tecnologias financeiras, entre outras integrantes de uma farta lista.
Mas não resta a menor dúvida de que, a GenAI (inteligência artificial generativa) agitou o mercado, derrubou crenças, incomodou, assombrou e ao mesmo tempo tem virado a chave do presente para um futuro inimaginável, que não para de se renovar, inovar, quase que diariamente.
Em encontro com jornalistas, ficou claro que a estratégia da Stefanini para explorar o máximo potencial da IA mora na experiência que a empresa adquiriu ao longo dos anos na forma de lidar com tecnologias emergentes, questionáveis e passíveis de testes, experiências, métricas e, acima de tudo, certeza do melhor caminho a seguir.
Nada mais seguro do que explorar dentro de casa a tecnologia que tomou conta do palco da TI.“IA se constrói gradativamente, sem excesso de otimismos”, disse Marco Stefanini, fundador e CEO global da Stefanini. Segundo ele, o time usou a própria casa para entender, estudar e executar os recursos de IA.
“Desenhamos essa jornada em três etapas. A primeira, de Experimentação, apoiada em uma plataforma acessível a todos, para democratizar e popularizar. A segunda foi a de Desenvolvimento de solução para ser aplicada no cliente. Lembrando que ‘implementar’ é diferente de ‘adotar’ massivamente’. A terceira, sim: Adoção Massiva, em andamento”, revelou Stefanini a valiosa receita.
Expansão apoiada na exploração do conhecimento
Todo este cuidado com a jornada da IA, levou a Stefanini a contabilizar hoje mais de cem clientes de diferentes setores, rodando soluções desenvolvidas pelo grupo, com nada menos do que 250 casos de IA aplicada.
Em time que está ganhando, a melhor estratégia é investir, segundo Stefanini. Sendo assim, o grupo ampliou sai meta passando de R$ 1 bilhão, entre 2023 e 2026, para R$ 2 bilhões até 2027, com foco, claro, em IA, mas ainda contando com fusões e aquisições. E na contabilidade de 2023, a expectativa da empresa é conquistar 14% de crescimento, o que significa faturamento global perto de R$ 8 bilhões.
O VP de inovação e Negócios Digitais da Stefanini para América do Norte e APAC, Fábio Caversan, participou do evento, online, diretamente da base da empresa nos EUA. Ele trouxe percepções importantes sobre o comportamento das empresas diante da IA. Segundo ele, o investimento existe, mas muitas delas ainda não perceberam o retorno.
“Ainda há uma mentalidade muito polarizada – desde as que otimizam o potencial da tecnologia exacerbadamente e na outra ponta as que ainda estão céticas quanto aos resultados”, explicou. E alertou para a importância de uma estratégia gradual (que não significa ser lenta, mas sim em etapas).
“Ao longo dessa jornada, vamos ganhando a confiança do cliente. Mostrando resultados. E assim conseguimos encurtar essa trajetória, de maneira segura”, destacou e revelou outro ouro da estratégia: “Nessa polarização, buscamos sempre o equilíbrio. Nem total otimismo, nem total ceticismo. Trabalhamos no meio dessas fronteiras. Todo o cuidado é importante. Para isso, contamos com um time que filtra o que pode e o que não deve ser aplicado com IA. Essas informações e insights são compartilhados com os nossos centros de desenvolvimento no Brasil, apoiado em trocas de experiência”. “Aqui, portanto, é casa de ferreiro, espeto de ferro”, brincou.
O refinamento da estratégia Stefanini conta com um marketplace interno, que traz informações sobre todas as ferramentas de IA que estão sendo usadas. E mais: “Trabalhamos com métricas para mensurar usos. A adoção institucional é, de fato, extremamente estratégico para avançarmos”.
E a estrada onde trafega a IA da Stefanini promete outros avanços, tendo em vista ter de superar o número de conquistas em variadas áreas, entre elas no setor financeiro, no qual desenvolveu um projeto de IA em parceria com um dos maiores bancos privados do Brasil. Resultado? Hoje, o banco conhece profundamente seus clientes, afirma o fundador da Stefanini.
Ele se orgulha em destacar o reconhecimento internacional conquistado pela empresa. Em setembro, o grupo foi cunhado como case da INSEAD, uma das principais escolas de negócios do mundo por seu perfil ambidestro. O estudo destaca que no grupo Stefanini a ambidestria gera novas fontes de conhecimento e valor, apoiado no pioneirismo no uso da IA. O que certamente abrirá caminhos para o avanço da empresa na tecnologia em solo nacional e além fronteiras. É aguardar.