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TCE-SP vai leiloar 10 galpões com documentos registrados em blockchain

Todos os documentos do processo — edital, laudos, fotos, anexos, retificações e toda a trilha de alterações — foram registrados em blockchain, garantindo carimbo de data e hora e assegurando a integridade e a autenticidade das informações.

O mercado brasileiro de leilões — que movimenta bilhões por ano e enfrenta crescente desconfiança devido a golpes e disputas sobre editais — dará neste ano seu passo mais significativo rumo à integridade digital. A InspireIP, primeira empresa de tecnologia em blockchain a desenvolver um sistema completo para propriedade intelectual no Brasil, lança um ambiente de leilões registrado em blockchain, inaugurado operacionalmente pela Nordeste Leilões. A empresa utilizará essa infraestrutura tecnológica no leilão do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), o primeiro do país com documentos integralmente registrados em blockchain.

O leilão ofertará dez galpões pertencentes ao TCE-SP e será realizado exclusivamente pelo site oficial da Nordeste Leilões (www.nordesteleiloes.com.br). Todos os documentos do processo — edital, laudos, fotos, anexos, retificações e toda a trilha de alterações — foram registrados em blockchain, garantindo carimbo de data e hora e assegurando a integridade e a autenticidade das informações.

“A adoção do blockchain em processos de leilão público representa um salto de transparência para um setor historicamente vulnerável a fraudes e disputas documentais”, afirma Arthur Nunes, leiloeiro oficial da Nordeste Leilões. “No leilão do TCE-SP, inauguramos um modelo em que nenhum arquivo pode ser alterado sem deixar rastro. Isso dá ao comprador, ao órgão público e ao próprio leiloeiro uma prova técnica incontestável. É um novo patamar de confiança para o mercado.”

A parceria marca também o primeiro movimento de expansão da Nordeste Leilões para o Sul e Sudeste, após mais de 15 anos de atuação consolidada no Norte e Nordeste. Fundada em 2007, a empresa conduz leilões judiciais e extrajudiciais com foco em transparência, ética e segurança — valores que ganham reforço com a adoção da tecnologia.

“Entrar nos grandes centros exige não apenas experiência, mas elevar substancialmente o padrão de confiança. A parceria com a InspireIP acelera essa expansão porque traz uma prova tecnológica que o mercado já exige e que os órgãos públicos começam a demandar. Blockchain não é sobre modernidade — é sobre responsabilidade, rastreabilidade e transparência”, reforça Arthur Nunes.


O setor de leilões enfrenta hoje um ambiente deteriorado pelo avanço de sites falsos, editais adulterados, disputas por alterações não registradas e dificuldade de comprovação da integridade de documentos. Nesse contexto, a camada de prova técnica oferecida pela InspireIP responde a uma demanda crescente por controle, governança documental e conformidade pública.

“A segurança que o blockchain traz aos leilões públicos está na forma como ele transforma cada documento em uma evidência técnica extremamente difícil de manipular”, afirma Caroline Nunes, advogada, especialista em certificação digital e fundadora da InspireIP. “Quando o edital, as fotos, os laudos ou as retificações entram na rede, eles recebem um identificador criptográfico único. Qualquer tentativa de alteração — mesmo a menor — quebra esse identificador e expõe imediatamente que houve mudança.”

Referência nacional em ativos digitais e participante de projetos relevantes de certificação blockchain — incluindo iniciativas no ecossistema do Banco Central —, Caroline destaca que o mecanismo eleva decisivamente o padrão de governança. “O comprador não precisa confiar em versões, e o órgão público não precisa provar que seguiu o procedimento correto. A verificação é independente, pública e rastreável. É uma camada de transparência que elimina disputas sobre autenticidade e fortalece a segurança jurídica”, diz.

Os números da Nordeste Leilões ajudam a dimensionar o impacto da transformação digital. Em 2025, a empresa realizou 65 leilões, vendeu 704 lotes e movimentou mais de R$ 9,5 milhões, com compradores de 87 cidades e 12 estados. O portfólio inclui sucatas, veículos conservados, automóveis e imóveis — segmento no qual a integridade documental é especialmente sensível.

Ao registrar integralmente o fluxo documental em blockchain, a plataforma protege tanto compradores quanto vendedores contra adulterações posteriores, versões conflitantes de editais e questionamentos sobre temporalidade. Para o público, isso significa mais segurança e clareza no processo; para os órgãos públicos, reforço de compliance, governança e transparência. “A blockchain traz uma camada de proteção e transparência que ainda é rara no mercado brasileiro de leilões”, destaca Arthur Nunes.

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