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Teles avançam como hubs digitais para irem além da conectividade

Oferta de novos serviços como cloud, cibersegurança e IoT geram valor e transformam o negócio.

O modelo de telco de plataforma as a service, com oferta de serviços digitais tem ganhado impulso na América Latina. Ao participarem do Telco Transformation Latam, evento que acontece no Rio de Janeiro, Algar, Personal-Flow e Antel Uruguai elencaram as oportunidades de serviços que utilizam a conectividade como base para plataformas digitais, trazendo uma visão mais voltada para geração de valor e transformação dos negócios.

A proposta permite às operadoras evoluírem para além da conectividade posicionando-as como hubs digitais e oferecendo serviços como cloud, cibersegurança, IoT, automação e soluções financeiras.

Juan Pablo Pignataro, Chief de Cloud e inteligência e desenvolvimento de negócios da Antel Uruguay, revelou que a tele conta com plataforma para oferta de serviços de cloud e Internet das Coisas (IoT) mas admite que enfrenta desafios culturais, em especial, a resistência das áreas serem mais flexíveis às novas tecnologias.

Felipe Sevillano, especialista sênior em redes de dados e transporte da paraguaia Personal-Flow, informou que, em 2020, em plena pandemia, a empresa fez uma mudança arrojada de mentalidade e arquitetura de core IP para TI preparando a rede para serviços de nuvem e IA aumentando a velocidade e reduzindo a latência.

Há oito anos, a Algar criou o Brain para promover inovação de forma para dentro da empresa e apostando numa estratégia de parcerias. “Hoje 30% das receitas são provenientes de produtos criados por meio dessa estratégia, somando R$ 1 bilhão. O desafio é transformar a Algar numa empresa de tecnologia e não apenas de telecom visando a criação de uma plataforma as a service”, afirmou Ivan Mendes Cardoso Filho, Presidente, Brain, Centro de Inovação em Negócios Digitais da Algar.


Ele ressaltou que se não há como concorrer diretamente com os hyperscalers, a melhor estratégia é tê-los como parceiros. “Eles têm o conhecimento da tecnologia o que falta é a proximidade com o cliente que podemos oferecer. Não somos competidores e é importante que essa parceria seja forte”, considera Cardoso.

Telco Data-Driven

À mesa, também as oportunidades do modelo Telco Data-Driven com a monetização inteligente de dados e o uso de IA para transformar dados em insights, gerar novos fluxos de receita e personalizar serviços para diferentes verticais. Para Pignataro, da Antel, é preciso um esforço para se ter dados de qualidade ressaltando que dados e IA não devem ser separados.

“Unificamos os dados e o emprego e IA numa única plataforma e temos conseguido casos de uso como a recomendação de terminais para clientes. Colocamos nos canais recomendações de venda com ofertas personalizadas”, informou Pignataro.

Para Cardoso, da Algar, há desafios de infraestrutura no Brasil e o cruzamento dos dados é complexo pela falta de padrões. Mas nos últimos dois anos tem surgido casos concretos de experiências data-driven. “Os desafios regulatórios surgem quando estamos com a mão na massa, mas há uma maior conscientização dos clientes em fornecer o acesso a seus dados, o que permite às empresas oferecerem melhores produtos”, considera o líder do Centro de Inovação Brain.

As operadoras também têm a oportunidade de adotar a integração de serviços de streaming à suas ofertas. Mas nem sempre esse é o melhor caminho. Sevillano, da Personal-Flow, lembra que o Paraguai é um mercado pequeno e não há a necessidade de aliança com as grandes OTTs. “Procuramos nos diferenciar com uma oferta de valor e parcerias com OTTs de menor porte”, informou o diretor da Personal-Flow.

Cardoso observou que as OTTs cresceram nas redes das telcos e, agora, a Algar os integra às suas ofertas. Pignataro, da Antel, diz que o cliente não quer múltiplos vendors e sim tratar com um único provedor. “Oferecemos um plano de entretenimento e um plano de games. A diferenciação é necessária para que o cliente se sinta único”, conclui o diretor da Antel.

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