TIM descarta recompra da I-Systems; reativa plano de torre própria para o B2B e quer manter Ran Sharing com a Vivo
"Banda larga fixa hoje é um mercado pouco atrativo para nós", disse o CEO, Alberto Griselli. Ele diz que está negociando com as torreiras, mas "algumas são parceiras, outras nem tanto".

A TIM não pensa, pelo menos neste momento, seguir os passos da rival Vivo, que recomprou por R$ 850 milhões a rede neutra Fibrasil, e repetir a estratégia com a I-Systems, onde possui 49% do capital – os 51% restantes são da IHS holding. “Nós não temos nada definido para recomprar a I-Systems. Banda larga fixa hoje é um mercado pouco atrativo para nós”, afirmou o CEO da TIM Brasil, Alberto Griselli, em coletiva de imprensa para detalhar os resultados do balanço financeiro do segundo trimestre, realizada nesta quinta-feira, 31/7.
Griselli foi claro ao dizer que a TIM não tem banda larga fixa como prioridade de investimento neste momento – mas não vai descontinuar o negócio porque aposta no médio e longo prazo no aumento da convergência. “Hoje apenas 27% do mercado é convergente, temos como crescer, mas, agora, estamos investindo em serviços mais atraentes para nós. A banda larga fixa não terá desinvestimento”, garantiu. O CEO lembrou que hoje a TIM tem 788 mil clientes de banda larga fixa 100% fibra e está em processo de troca para os clientes de cobre. A banda larga fixa representa 3,7% da receita e admitiu que a operadora tem apenas 2% de Market share no serviço.
Investimento concreto da TIM no momento é na negociação com as torreiras. Segundo Grizelli, ‘há algumas que são muito parceiras e outras que não estão tão abertas à negociação”. E, no caso das torres mais caras, há, sim, a intenção de a própria TIM construir a torre, especialmente para atender à demanda do B2B. “Mas queremos negociar e ter parceiros, mas se tivermos de construir, vamos construir, principalmente para atendermos agronegócio e logística”, detalhou.
Com relação ao interesse na infraestrutura da Oi – que será colocada à venda mais uma vez no segundo semestre – Griselli disse que é preciso saber quais serão as condições de venda, mas lembrou que da primeira vez, o ativo não despertou interesse. “Quando compramos a Oi Móvel queríamos a infraestrutura, as frequências, as torres. A carteira de clientes não era prioridade e continua não sendo”, disse.
Sobre o questionamento feito pelo CADE para o Ran Sharing com a Vivo no 4G – as empresas têm mais duas semanas para encaminharem as respostas às indagações do órgão fiscalizador. “Vamos dar todas as respostas pedidas pelo CADE. Acredito que vamos resolver e manter o acerto com a Vivo. É bom para nós e é bom para o consumidor”, sustentou o VP da TIM, Mario Girasole. As empresas buscam autorização para compartilhar redes em até 98% dos municípios brasileiros no âmbito do contrato de cessão recíproca de redes 2G, e em 80% no contrato de Single Grid 3G/4G.