Trabalhadores Serede: “Somos joguetes na disputa bilionária da V.tal e da Oi”
FENATTEL, Fitratelp e Fit Livres sustentam que a decisão da V.tal de romper o contrato com a Serede/Oi desencadeou uma crise sem igual e quase 2 mil trabalhadores em situação grave. Denunciam que os trabalhadores estão inseguros da sua situação trabalhista.

Em comunicado oficial, divulgado nesta sexta-feira, 25/9, as entidades Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e Operadoras de Mesa Telefônicas (Fenattel), a Federação Interestadual dos Trabalhadores e Pesquisadores em Telecomunicações (Fitratelp) e a Fit Livres denunciam que viraram ‘joguetes’ na disputa bilionária entre a V.tal e a Oi.
Afirmam que a decisão da V.tal de não renovar o contrato com a Serede – termina no dia 30 de setembro – ameaça diretamente 1.789 trabalhadores e suas famílias, que podem ficar sem o sustento de cada dia. “Sob o falso pretexto de “ganho de produtividade”, a medida nada mais é do que um expediente para engordar ainda mais os lucros bilionários de acionistas, tratando vidas humanas como simples números em disputas empresariais.”, denunciam.
O embate, sustentam, que foi escancarada uma crise sem precedentes, deixando a empresa impossibilitada de honrar suas obrigações trabalhistas. “A justificativa da Oi/SEREDE de que não tem recursos para pagar verbas rescisórias por conta de bloqueios judiciais é inaceitável e representa um verdadeiro tapa na cara dos trabalhadores.”
Classificam a judicialização do processo pela Vtal, por meio da Ação de Consignação e da imposição de depósito judicial, de absurda. “Tal medida inviabiliza a mesa de negociação, afronta o CEJUSC-TST e desrespeita frontalmente os trabalhadores. Além de ser insana, atenta contra o direito ao contraditório e ignora que apenas a empresa empregadora detém documentos essenciais – termos de rescisão, folhas de pagamento e registros que são indispensáveis para qualquer acerto de contas.”
E exigem que a “V.tal recue, reavalie suas posições e retire a Ação de Consignação, viabilizando um acordo verdadeiro, baseado no diálogo e na garantia de direitos. A intransigência não resolve e apenas agrava a instabilidade de quem está na ponta, carregando a empresa nas costas.”
Advertem que os trabalhadores permanecem empregados na SEREDE. O fim do contrato no dia 30 de setembro, acaba também a obrigação de prestar serviços, deixando milhares de clientes correndo o risco de ficarem sem assistência técnica. E sem o contrato, os trabalhadores mergulham em um cenário de insegurança e incerteza:
- não sabem até quando seguirão empregados na SEREDE;
- não sabem se receberão suas verbas rescisórias;
- não sabem se, ao serem demitidos, ainda terão vagas na nova prestadora;
- e pior, se pedirem demissão para assumir o novo contrato, terão que pagar aviso prévio, perder os 40% da multa do FGTS e ainda ficar sem seguro-desemprego caso não sejam absorvidos pela nova empresa a tempo.
As entidades exigem:
- Que a Oi/SEREDE apresente garantias imediatas de quitação das verbas rescisórias e créditos pendentes;
- Que a Vtal assuma suas responsabilidades, formalizando compromissos para assegurar empregos e renda;
- Que o TST estabeleça condições claras que priorizem a dignidade da classe trabalhadora e imponha segurança jurídica;
- Que a Vtal retire a Ação de Consignação e respeite o espaço de negociação, sem manobras judiciais que só aumentam a insegurança.
Oi/Serede
A Serede/Oi mandou o seguinte comunicado ao Convergência Digital sobre a situação:
A Serede /Oi informa que vem buscando solucionar o impasse criado pela V.tal/ BTG que rompeu abruptamente contrato com a Serede e, sem qualquer justificativa, creditou os valores correntes de faturas por serviços já prestados como depósito judicial .
A companhia sempre pagou e vem pagando em dia todos os direitos trabalhistas e o depósito judicial feito pela V.tal prejudica o fluxo de caixa já sensível.
É crucial reiterar que nosso objetivo é buscar uma solução justa para todos, respeitando os direitos dos colaboradores .