Trabalhadores temem a decretação da falência da Oi no dia 1/11 e denunciam falta de diálogo com interventores
As federações de trabalhadores do setor de telecomunicações — FENATTEL, FITRATELP e FITTLIVRE — reportam que a Oi atrasou, pela primeira vez, o pagamento acertado com entidades sindicais.

Em um comunicado ao mercado, divulgado nesta terça-feira, 28/10, as federações de trabalhadores do setor de telecomunicações — FENATTEL, FITRATELP e FITTLIVRE — se mostram indignados e preocupados com as recentes decisões da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) relativas à Recuperação Judicial (RJ) da Oi. Elas trechaçam a ideia de liquidação da operadora ao afirmarem que a ‘Oi é gigante e tem patrimônio para sair da crise. Faltam vontade e coragem para decidir a favor dos trabalhadores, que temem a falência a partir do dia 01 de novembro”.
As entidades, que representam os trabalhadores da Oi e de suas subsidiárias, incluindo a SEREDE e Tahto, também reclamam da falta de negociação com eles. Afirmam que protocolaram pedidos formais de audiência com os Interventores Judiciais das empresas, Dra. Tatiana Binato (SEREDE e Tatho) e Dr. Bruno Resende (Oi S.A.) no dia 14 de outubro, mas, até o momento, nenhuma audiência foi realizada para a discussão de temas como o destino institucional e operacional das empresas, as garantias de manutenção dos empregos, a transição para as empresas que assumirão os contratos, e a situação dos contratos coletivos.
Os trabalhadores advertem que o silêncio da administração e dos interventores aprofundam e deterioram o clima interno na Oi, com os trabalhadores com medo da perda dos empregos e à espera de uma resposta oficial. Mas as federações dos trabalhadores admitem que para agravar a situação, pela primeira vez na história, a Oi quebrou um acordo com as entidades sindicais, ao não honrar o pagamento de uma parcela do PPR de 2024, que deveria ter sido paga em 21 de outubro, prejudicando centenas de empregados.
“Estamos extremamente preocupados, colocaram as empresas no centro da crise, falam de retirada de contratos e provável liquidação gerando desemprego, no entanto, não cobram daqueles que geraram a crise, dos sucessivos prejuízos e da ausência de debates para adequar a legislação à nova realidade tecnológica”, diz o presidente da FITRATELP, João de Moura Neto.
“Estão tirando os nossos empregos, transferindo contratos e nenhuma palavra sobre a transferência dos trabalhadores para as empresas que assumirão os contratos. Nós queremos saber do Interventor o que ele pensa e o que fará a respeito, inclusive, sobre a Oi Soluções”, adiciona José Roberto Silva, presidente da FENATTEL.



