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A Telefónica vendeu a sua unidade na Argentina para a rival local Telecom Argentina por pouco mais de US$ 1,2 bilhão, mas a transação causou imediata reação negativa do governo da Argentina e do presidente Javier Milei, que temem o impacto do monopólio dos serviços de telecomunicações.
A Telecom Argentina, que tem na composição a Cablevisión (Grupo Clarín) com 40%, a Fintech (David Martínez) com outros 40% e 20% pertencentes a outros investidores, superou outros grandes players do setor como DirecTV (Grupo Werthein), Telecentro, LibertyGlobal, Claro e Alpha Media.
Em uma breve declaração sobre a venda, a Telefónica explicou que a transação faz parte da estratégia do grupo de reduzir a exposição à região. A Telecom Argentina destacou um plano para fazer “investimentos intensivos de capital” em fibra e 5G nos próximos anos, juntamente com “expansão de serviços de valor agregado” em um registro na bolsa de valores. Prometeu investir em vídeo sob demanda, Internet das Coisas, Inteligência Artificial e serviços de nuvem e produtos B2B.
Mas…
Em uma declaração publicada no jornal Clarín, o gabinete do presidente da Argentina, Javier Milei, revelou que o acerto entre as telefônicas será investigado por reguladores para avaliar se há a criação de um monopólio.
“Esta aquisição pode deixar aproximadamente 70% dos serviços de telecomunicações nas mãos de um único grupo econômico, o que criaria um monopólio formado graças a décadas de benefícios estatais recebidos pela empresa”, observou.
A nota oficial diz ainda que o governo “tomará todas as medidas para garantir o direito de escolha dos usuários, a livre concorrência e a acessibilidade aos serviços de telecomunicações”.
Em termos de conexões móveis no quarto trimestre de 2024, a GSMA Intelligence colocou a Telecom Argentina como a segunda maior, com 21,5 milhões, e a Telefónica em terceiro, com 17,5 milhões. A Claro, da America Movil, ficou em primeiro lugar, com 25,8 milhões.