Mercado

Venda de tablets despenca no 2º trimestre e tem pior resultado em quatro anos

O mercado de tablets no Brasil experimentou a queda mais acentuada dos últimos quatro anos no segundo trimestre. De abril a junho, foram comercializados 477.377 tablets, queda de 32,3% em relação ao mesmo período de 2019 e de 29,2% em relação aos três primeiros meses de 2020. Em 2016, no mesmo período, a queda foi de 32%. De lá para cá, o movimento do segundo trimestre sempre foi de queda, mas não nessa proporção. Em 2017 caiu 8%, em 2018 caiu 3,4% e no segundo trimestre do ano passado caiu 7,6%. Todos os dados são da IDC Brasil.

“A retração do mercado de tablets no Brasil começou em 2015, também no segundo trimestre. Naquele ano, a queda foi de 35%. Desde então, temos períodos em que até há uma leve reação, mas, no geral, o movimento é de queda”, diz Rodrigo Okayama Pereira, analista de mercado da IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações. Foi o que aconteceu no 1º trimestre deste ano, que teve queda de apenas 3%. “A volta às aulas, em janeiro, e o início da quarentena e das aulas à distância, em março, aumentaram as vendas, mas o consumo não se manteve nos meses seguintes e o ritmo de queda deve continuar”, estima o analista da IDC Brasil.

Já os preços, seguem em alta. Segundo o estudo IDC Brazil Tablets Tracker 2Q2020, o ticket médio do tablet no 2º trimestre foi R﹩ 971,56, 44,7% a mais do que no mesmo período de 2019 e 47,4% a mais do que nos três primeiros meses deste ano. “O mercado tem apontado cada vez mais uma mudança no mix de produto, com tablets intermediários e premium ganhando mais importância e participação. Assim, o aumento nas vendas de tablets com maiores especificações técnicas refletiu também no aumento do preço médio”, explica Rodrigo. Quanto à receita foi de R﹩463 milhões, apenas dez milhões a menos do que no mesmo período de 2019.

Ainda segundo o estudo da IDC Brasil, dos 477.377 tablets vendidos no segundo trimestre de 2020, 438.412 foram para o varejo, queda de 32,3% em relação ao primeiro trimestre, e 38.965 para o mercado corporativo crescimento de 47,3%, apoiado pela participação dos tablets premium e projetos para os setores da Educação e Governo.

Para o terceiro trimestre, a previsão da IDC Brasil para o setor de tablets é que siga o movimento de queda, acentuado pelos impactos da pandemia de covid-19, da alta do dólar e do desemprego. Para o ano, a IDC espera que a retração total seja de 12%.


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