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Vivo: Se tarifaço Trump impactar os preços, ele será repassado integral ao consumidor

"Acreditamos que os serviços mais impactados serão a revenda de serviços de cloud e as compras de aparelhos e acessórios de marcas americanas", afirmou o presidente da Vivo, Christian Gebara.

Se o tarifaço Trump de 50% for efetivamente implantado a partir de 1 de agosto e ele tiver algum impacto na precificação de algum serviço, o reajuste será repassado ao consumidor, afirmou o presidente da Vivo, Christian Gebara. “Não temos como incorporar esse reajuste se ele vier. Ele será repassado, mas não temos ideia se ele virá de imediato”, detalhou o executivo, em coletiva de imprensa para detalhar os resultados do resultado financeiro do 2º trimestre, nesta terça-feira, 29/7.

Gebara diz acreditar que a oferta de revenda de serviços de cloud – a Vivo trabalha com AWS, Microsoft e Google – será afetada, mas ainda não há muito detalhamento com relação aos serviços. O presidente da Vivo adverte ainda que a negociação é feita com as subsidiárias locais das empresas norte-americanas e todos os contratos são em Reais.

“Se tiver reajuste, vamos repassar. E isso vale até para nós que usamos parte desses serviços”, reforçou. O mesmo vai valer para compra de aparelhos e acessórios de marcas americanas como a Apple e a Motorola. “De novo, se aumentarem os preços, vamos repassar”. Os serviços digitais – que geraram uma receita de R$ 793 milhões nos últimos 12 meses com a revenda de serviços OTTs como Netflix e HBO- também terão o repasse ao consumidor.

Na parte de expansão de rede, a Vivo prevê um impacto menor, uma vez que a maior parte dos equipamentos usados vem da Ásia e Europa, uma vez que os principais fornecedores são Huawei, Ericsson e Nokia. No operacional da Vivo o impacto pode acontecer com a ligeira exposição ao câmbio – que pode ter variação para cima. “Menos de 25% da nossa operação está exposta”.

Resultados do trimestre


A Vivo manteve uma trajetória sólida de crescimento no segundo trimestre do ano, sustentada pela qualidade de sua infraestrutura de conectividade e por um portfólio cada vez mais completo de serviços digitais. A integração entre fibra, móvel e soluções que digitalizam a rotina dos clientes tem impulsionado a expansão contínua da receita e da rentabilidade.

Com ganhos operacionais e avanço nos principais segmentos, a companhia registra alta de 10,0% no lucro líquido, que soma R$ 1,3 bilhão, e aumento da receita total para R$ 14,6 bilhões, uma elevação de 7,1%, acima da inflação do período. O EBITDA atinge R$ 5,9 bilhões, com ampliação de 8,8% e margem de 40,5%. A Vivo encerra o segundo trimestre com uma base de clientes de 116,2 milhões de acessos.

A receita de serviço móvel chega a R$ 9,6 bilhões, com alta de 7,3%, influenciada pelo segmento pós-pago, com faturamento de R$ 8,2 bilhões, uma progressão de 10,9%. O crescimento se deve, em sua maior parte, ao incremento da base de clientes pós-pagos, que alcança 68,5 milhões de acessos, uma evolução de 7,0% no comparativo anual, tanto pelas migrações do pré-pago quanto pela aquisição de novos clientes. Essa base representa quase 70% dos acessos móveis, de 102,5 milhões, mantendo a liderança do setor com 38,5% de participação.

A receita fixa atinge R$ 4,3 bilhões, um crescimento de 8,0%, com forte contribuição da fibra, que ultrapassa R$ 1,9 bilhão, um avanço de 10,4%. A Vivo conclui o período com uma potente infraestrutura de fibra, com 30,1 milhões de domicílios passados, evoluindo sua cobertura em 10,2%, com 7,4 milhões de clientes já conectados, um aumento anual de 12,6%.

A empresa tem como estratégia comercial a combinação de fibra e móvel em uma oferta convergente, o Vivo Total, que cresce a cada trimestre e representou 86% das novas adições de fibra nas lojas no trimestre. Esta oferta já conta com 2,9 milhões de assinantes, progredindo 63,5% nos últimos 12 meses. 30,1 milhões de domicílios passados. 7,4 milhões de clientes conectados.

A atuação da Vivo em fibra será reforçada com a recente aquisição de 50,0% da FiBrasil – companhia de rede neutra – acumulando 75,01% do capital social da empresa; os demais 24,99% seguem com a Telefónica Infra.

A receita de aparelhos e eletrônicos, de smartphones a dispositivos para casa inteligente, ficou estável na comparação anual, registrando R$ 820 milhões. Destaque às vendas de celulares compatíveis com 5G, responsáveis por 95% do total de aparelhos comercializados pela empresa de abril a junho. Nos canais – a população está comprando apenas celulares 5G.

Gestão operacional

Os custos totais do trimestre, suprimindo os gastos com depreciação e amortização, alcançam R$ 8,7 bilhões. Houve um avanço de 5,9%, em função da maior atividade comercial, mas parcialmente compensado por eficiências operacionais e maior adoção de canais digitais, como pagamentos por PIX, que representaram 44% do total recebido pela companhia, e uso recorrente do app Vivo, atualmente com 27,7 milhões de usuários.

Diante de um cenário de maior atividade, a empresa manteve seu ritmo de investimentos. No trimestre, os aportes atingem R$ 2,4 bilhões, um crescimento de 4,2%. Os recursos foram destinados, principalmente, para a expansão da rede móvel 5G – que, ao fim de junho, já alcançava 596 cidades e cobria 64,3% da população brasileira – e para a aceleração da operação em fibra.

A remuneração paga aos acionistas soma, até o final de julho, R$ 5,2 bilhões, sendo R$ 2,2 bilhões em Juros sobre Capital Próprio (JSCP), R$ 2,0 bilhões referentes à redução de capital e R$ 983 milhões relacionados à recompra de ações. Além disso, a Vivo já deliberou R$ 1,7 bilhão em JSCP de janeiro a julho, a serem pagos até abril do próximo ano. Em 2025 e 2026, a Vivo distribuirá aos seus acionistas um valor igual ou superior a 100% do lucro líquido gerado em cada período. Em 2024, o payout sobre o lucro foi de 105,3%. pagamento por Pix representou 44%.

“Os resultados do trimestre refletem a solidez da nossa estratégia, com crescimento de receitas, expansão do lucro e geração consistente de caixa, reforçando nossa posição financeira e o compromisso com a criação de valor para os acionistas”, comenta David Melcon, Chief Financial Officer (CFO) da Vivo. 2,4 bilhões – expansão da rede 5G, com 596 cidades cobertas.

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