Opinião

Computação em nuvem; cidades inteligentes e dados abertos

Uma nuvem robusta é essencial para o desenvolvimento de cidades inteligentes e colaborativas. Em outras palavras, a utilização da nuvem possibilita a implementação de cidades inteligentes. Isso é especialmente importante, pois, com toda a probabilidade, as cidades geram petabytes de dados a cada mês.

Todas essas informações precisam ser armazenadas com segurança e, portanto, a escalabilidade de uma solução na nuvem reduz as constantes melhorias na capacidade de armazenamento necessárias para lidar com a constante incorporação de dados. Igualmente importante é a análise da nuvem, que permite a análise de uma grande quantidade de informações em tempo real em um ambiente urbano necessário para melhorar as condições de vida de seus cidadãos.

Os dados de sensores são transmitidos para a nuvem, onde são analisados para encontrar maneiras de melhorar a vida dos cidadãos. Os dados coletados e gerados são disponibilizados ao público em geral na nuvem para utilização de pesquisadores, desenvolvedores e empreendedores, a fim de explorar novas e maneiras inovadoras de analisar essas informações.

Para os municípios que desejam explorar a inicialização de uma cidade inteligente, um cenário usual de cidade inteligente habilitado com a tecnologia Internet of Things (IoT) inclui a implantação de vários sensores e sondas conectados por toda a cidade para coletar informações. O problema dessa abordagem é que é necessário um investimento significativo em sensores especializados. Os governos também devem ser incentivados a considerar a utilização de outras alternativas que podem ser usadas para tornar qualquer tipo de cidade uma realidade.

Utilização dos recursos existentes


Uma dessas alternativas poderia ser a utilização de sensores existentes que as cidades poderiam ter instalado. Um exemplo da operação desse tipo de tecnologia é observado no parque de estacionamento inteligente, onde as pessoas podem usar um aplicativo móvel para ver os lugares de estacionamento disponíveis em um espaço próximo, quando viajam pela cidade.

As tecnologias de Big Data podem ser utilizadas para coletar, integrar e processar as informações geradas por todos os elementos do ecossistema e fornece respostas acionáveis em tempo real para maximizar o gerenciamento de recursos e otimizar o trabalho de back office.

Informações de todos os lugares

Outra maneira de tirar proveito da infraestrutura existente é através da instalação de sensores de baixo custo e consumo em ônibus ou luminárias para, por exemplo, convertê-los em dispositivos de coleta de informações. Dessa forma, em cidades grandes os ônibus equipados com sensores podem coletar dados enquanto viajam pela cidade, para obter informações como fluxo de tráfego, níveis de CO2, temperatura e níveis de ruído.

Com a análise em nuvem, podemos extrapolar e analisar essas informações para determinar onde ocorrem engarrafamentos ou acidentes ou locais onde a poluição está aumentando para níveis insalubres, para informar os cidadãos por meio de aplicativos móveis. Costumamos falar das cidades como entidades vivas que respiram e essas tecnologias nos permitem obter um raio-x do ambiente em tempo real.

O transporte terrestre público, utilizados por milhões de pessoas em todo o mundo todos os dias, pode ser utilizado de maneira semelhante. Coleta de informações sobre o fluxo de tráfego e outros dados, durante determinados horários do dia e em dias específicos da semana.

Terceirização de inovação

Os sensores não são o único mecanismo para a utilização da nuvem como instrumento para incentivar o desenvolvimento de uma cidade mais inteligente e colaborativa, porque esses objetivos também podem ser alcançados com a publicação de dados abertos (disponíveis gratuitamente a todos) Com isso em mente, desenvolvedores independentes utilizam as informações para criar um aplicativo que permite aos usuários ver as ruas que serão limpas, recebendo um alerta por e-mail, caso morem ou trabalhem nessa área.

Uma das maiores vantagens de compartilhar esse tipo de informação é que ela motiva desenvolvedores ou pequenas empresas a projetar seus próprios aplicativos, que podem ser vendidos posteriormente por uma pequena taxa ou gerar receita ao incorporar publicidade. Dessa forma, é promovido o desenvolvimento de um ecossistema de aplicativos que incentive a inovação constante. No momento, já estamos vendo casos que mostram essa terceirização de inovação.

Esses sensores são utilizados simultaneamente para monitorar a atividade climática e meteorológica. Os dados gerados por essas instalações podem ser utilizados em todos os níveis da educação e para outros fins, da ciência e da tecnologia aos estudos de comportamento social, servindo de suporte para as matérias ensinadas nas escolas locais e promovendo o aprendizado com dados. obtido quase em tempo real.

Compartilhar informações dessa maneira traz grandes benefícios. Por exemplo, se os dados obtidos das estações meteorológicas e os das internações forem compartilhados, uma cidade poderá determinar se a queda de temperatura abaixo de um determinado nível pode ser correlacionada com as internações em centros hospitalares em um momento específico do hospital. ano e, portanto, tomar as medidas de precaução necessárias.

Cidadãos se tornam desenvolvedores de aplicativos graças aos dados abertos

Uma cidade verdadeiramente inteligente é um local colaborativo que não apenas possui sensores que acumulam dados, mas também possui cidadãos participativos que usam essas informações para incorporá-las a sistemas que beneficiam outras pessoas.

Claramente, cidades inteligentes e computação em nuvem são uma combinação magnífica: cidades inteligentes estão em constante evolução e se adaptam às necessidades dos clientes, e a nuvem pode se adaptar rapidamente às necessidades em constante evolução de seus usuários.

Governos e municípios não devem pensar apenas em cidades inteligentes em termos de instalação de sondas e sensores para coletar informações. Pelo contrário, eles devem se concentrar mais na modernização da infraestrutura existente para ajudar na coleta de dados.

As cidades também devem considerar os cidadãos não apenas como elementos de coleta de informações, mas também como criadores de aplicativos, usando dados abertos. Posteriormente, as informações oferecidas podem ser analisadas usando tecnologias de nuvem seguras. Dessa forma, a cidade não apenas se beneficia, mas, ao mesmo tempo, cumpre os objetivos da cidade inteligente de proporcionar um padrão de vida mais alto.
Lenildo Morais é Mestre em Ciência da Computação, professor universitário, Pesquisador e Gerente de projetos

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