Opinião

Dados em campo e bola na rede, a nova era do futebol

O mundo dos esportes está atípico, mas, como vimos nos Jogos Olímpicos, os atletas continuam impressionando com demonstrações de velocidade, precisão e força. Agora, com alguns campeonatos europeus prestes a começar, como a Premier League da Inglaterra, a Bundesliga da Alemanha e as Copas do Brasil e Sul-Americana já nas oitavas de final, é inevitável debater sobre como os dados se tornaram fundamentais no futebol.

Sabemos que o futebol é matemático e, na nossa atual era digital, a vitória não depende mais apenas do desempenho do jogador, mas também do apoio dos treinadores e equipes especializadas que examinam minunciosamente dados coletados em tempo real durante os treinamentos e jogos.

Tanto para as maiores ligas quanto para as menores, uma estratégia de dados se tornou tão importante quanto os passes de bola, scouts (análise tática) ou a dieta dos jogadores. O motivo chama a atenção: estima-se que 16 jogadores e seis bolas em campo podem gerar cerca de 13 milhões de pontos de dados em apenas 10 minutos. Esses dados fornecem insights cruciais sobre todas as ações, desde as taxas de execução dos jogadores até passes e toques na bola. E essa quantidade massiva de dados é um exemplo calculado em um campo apenas de treinamento.

Com base nas previsões da IDC do crescimento desenfreado de dados não-estruturados até 2025, o futebol agora está repleto de diferentes fluxos de dados que devem ser gerenciados de forma eficaz pelos clubes que desejam oferecer um desempenho ideal em campo semana após semana e se manter à frente nas competições.

O 12º jogador


Quanto mais aumenta o valor dos insights extraídos dos dados, mais o futebol evolui. Do ponto de vista de um torcedor, agora estamos mais perto do que nunca dos nossos clubes e jogadores favoritos, com acesso instantâneo a estatísticas interessantes, como mapas de calor e gols esperados, a partir de levantamento das empresas especializadas nessas análises, como Opta e Squawka. Já os clubes estão emulando empresas de tecnologia moderna, e os que estão à frente são aqueles que têm uma mentalidade digital e investem em uma TI robusta para lidar com dados não-estruturados, capazes de fornecer insights consistentes para mudanças em tempo real durante as partidas.

A FIFA e a CBF seguem avançando bastante em parcerias para aprimorar cada vez mais os recursos para os jogadores tanto em campo quanto fora dele. Além disso, vale lembrar o caso recente do Brentford, o clube que apostou fortemente na análise de dados em tempo real e acabou sendo rapidamente promovido para a primeira divisão inglesa. No entanto, essa evolução na mentalidade para que uma equipe esportiva tradicional passe a atuar também como uma empresa de tecnologia de fato não é fácil. O primeiro passo é entender os desafios de TI do próprio clube.

Como driblar a TI legada

Monitorar um jogador é uma arte que requer sincronia e modernização. A infraestrutura legada de TI é a realidade da maioria dos clubes e o fator responsável por impedir o acesso rápido aos dados. Dessa forma, a lentidão no desempenho e a falta de precisão acabam gerando perdas de insights cruciais para otimizar as ações desejadas. As plataformas legadas de análises ficam sobrecarregadas e acabam criando lacunas e inconsistências que geram resultados ineficazes. E, falando de um esporte que exige concentração, os clubes simplesmente não podem permitir que a própria tecnologia seja um gargalo.

Para aproveitar ao máximo os dados, as equipes estão colocando em ação os seus cientistas de dados, profissionais especializados em soluções modernas de infraestrutura, como uma plataforma de armazenamento rápido e unificado de arquivo e objetos (UFFO). O armazenamento UFFO é escalonado em conjunto com o enorme volume de dados produzidos a partir de sensores e tecnologias de clubes, consolidando dados de arquivos e de objetos em um só lugar para eliminar silos e fornecer dados consistentes e confiáveis em tempo real. Isso permite que a equipe seja capaz de extrair rapidamente valor e insights que informam melhor a estratégia e as táticas.

Se prepare para a próxima fase

Os clubes que querem apostar na jornada de transformação digital precisam entender que lidar com o imenso volume de dados desagregados produzidos por um jogo é algo muito moderno, mas não é um desafio intransponível – e nem precisa ser assustador.

Nessa era tecnológica, os dados são os craques da rodada, e os clubes que souberem utilizá-los a seu favor vão provar em campo o seu diferencial e se posicionar como empresas altamente estruturadas, capazes de analisar, medir e otimizar todos os aspectos de suas operações, desde a análise do desempenho de jogadores até a agilidade na recuperação dos atletas. 

*Paulo de Godoy é country manager da Pure Storage

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