Opinião

Dados são os dividendos dos tempos atuais

Os últimos dois anos foram responsáveis pela geração de 90% dos dados existentes no mundo. Uma das quebras de paradigma é que a maioria dos dados é originada hoje por máquinas e não por pessoas no uso de seus aplicativos. Dito isso, presenciamos um agravante no processo de geração de dados que, consequentemente, nos leva a pensar em várias consequências: eficiência e inteligência, armazenamento e até em questões econômicas.

De acordo com estudo da BSA Software Alliance – do ponto de vista econômico, uma melhor utilização dos dados poderia gerar “dividendo de dados” superior a 1 trilhão de dólares. Economistas estimam ainda que ganhos de eficiência gerados por meio da tecnologia da informação podem agregar quase US$ 15 trilhões ao PIB global até 2030.

Cada vez mais, precisamos ser capazes de analisar e reagir rapidamente aos dados criados. A inteligência artificial (IA) e o deep learning (DL) são alguns fortes exemplos de tecnologias que produzem análises inimagináveis, com resultados que impactam todos os setores. De fato, até 2020, o Gartner prevê que a IA estará em quase todos os produtos e serviços baseados em software.

A oportunidade de inteligência é particularmente instigante. Por um lado, ajuda-nos a analisar o big data e transformar o processamento da informação para além da consciência humana. Em segundo lugar, nos dá a capacidade de construir novos serviços, automatizar a infraestrutura, a fim de sermos muito mais eficientes e termos operações mais confiáveis.

Numa abordagem ainda mais técnica, o desafio é que a infraestrutura de hoje não foi construída do zero e pensada para implementar uma estratégia coesa de dados. Ao contrário, ela foi desenvolvida ao longo do tempo, provavelmente projeto a projeto, de forma muito fragmentada e não similar à nuvem (simples, escalável e ágil). Dada a importância e o valor dos dados, é hora de repensar toda a infraestrutura tecnológica e posicionar os dados no centro do design. É muito importante investir na construção de uma arquitetura centrada em dados, baseada em cinco princípios-chave que veremos a seguir:


Dado consolidado e simplificado

Para impulsionar a eficiência e alcançar o potencial dos dados, é essencial consolidar e se afastar de dados isolados em ilhas. É aqui que a tecnologia flash faz diferença, pois permite consolidar muitas aplicações em grandes pools de armazenamento, onde o que costumava estar em camadas múltiplas de armazenamento pode ser simplificado em uma só. Isso gera eficiência, agilidade e segurança. O gerenciamento também pode ser convergido, garantindo que o armazenamento se conecte bem à sua estratégia de infraestrutura.

Informação em tempo real

O segundo pilar é que você precisa possibilitar uma arquitetura adaptada ao tempo real, já que dados lentos não são mais uma opção. Dados em tempo real tornam suas aplicações mais rápidas, oferecem ao cliente uma experiência mais instantânea e interativa e, consequentemente, a produtividade aumenta para todos. Também vale ressaltar que o tempo real não significa apenas dados em tempo real, mas também as cópias. Essa é a capacidade de tirar cópias de dados e compartilhá-las facilmente entre vários consumidores, por exemplo.

Sob demanda e autônoma

Esse terceiro pilar representa uma mudança de paradigma em termos de como pensamos o armazenamento operacional para o negócio. E se sua equipe de armazenamento deixasse de ser operacional para se tornar mais estratégica? E se eles pudessem fornecer dados como serviço, sob demanda, para cada uma das equipes de desenvolvimento, assim como esses desenvolvedores podem obter da nuvem pública? Em vez do ciclo interminável de foco em resoluções de problemas, e se a equipe de armazenamento pudesse gastar tempo automatizando e orquestrando a infraestrutura para torná-la autônoma e ultra-ágil?

Para que isso se torne uma realidade, serão exigidas algumas mudanças significativas em como você opera a TI. É preciso antecipar as necessidades de negócios e projetar um conjunto de serviços de armazenamento elasticamente escalável, permitindo atender às demandas e ir além, promovendo melhorias ao core business da empresa.  Trata-se de automação sobre administração. A vantagem é que as ferramentas para fazer disso uma realidade estão cada vez mais acessíveis e muito sofisticadas.

Multi-nuvem

Acredito que a arquitetura futura será multi-nuvem, mesmo se você executar tudo localmente. Pense em seu ambiente hoje – você tem uma nuvem de produção, provavelmente suporta vários ambientes de desenvolvimento, executa uma nuvem para análise e opera uma rede de backup global. Cada um desses ambientes esperam os mesmos atributos da nuvem: simplicidade, atuação sob demanda, elasticidade e ser um fator de inovação.

Ao mesmo tempo, cada um deles tem seus próprios requisitos, o que significa que você deve projetar uma estratégia de dados de próxima geração que ofereça a experiência de dados em nuvem para cada um, além de fornecer os recursos exclusivos que eles exigem. É por isso que sua arquitetura centrada em dados deve ser projetada com várias nuvens em mente.

Pronto para o amanhã

Há oito anos, 1 Petabyte de flash exigia seis racks de espaço, e Inteligência Artificial era apenas um projeto de pesquisa. Hoje, já se pode armazenar 1 PB em menos de 3U e as automações tornaram-se predominantes. Os dados se movem rapidamente e você precisa projetar uma arquitetura que tenha o desempenho pronto para o futuro, desenvolvida para evoluir e inovar.

O que significa tudo isso? Pensar em uma arquitetura ideal seria: centrada em dados, baseada em flash, que permita a execução em tempo real para toda a empresa e que ofereça dados como serviço às suas várias nuvens. Alguns benefícios seriam evidentes:  simplificação e melhor desempenho das principais aplicações; redução do custo da TI; flexibilidade aos desenvolvedores com dados sob demanda; criações de produtos/serviços com maior agilidade, impulsionando o DevOps, e facilidade no pipeline de integração e entrega contínua (CD – Continuous Delivery); análises de última geração e promoção de iniciativas de inteligência artificial.

Você ainda acha que essa plataforma é moderna demais e inalcançável? Não, ela será básica e muito necessária para atender às necessidades de nosso futuro próximo.

 *Wilson Grava é vice-presidente da Pure Storage para América Latina.

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