Opinião

Desvende 10 mitos sobre os cartões biométricos

Desde 2013, com a introdução do recurso “Touch ID” (Identidade através do Toque), pela Apple, o mundo adotou a impressão digital como a forma mais comum de identificação e autenticação. A conveniência e a segurança, proporcionadas pela tecnologia, resultaram em sua rápida adesão e, atualmente, praticamente todos os Smartphones possuem um sensor. E já podemos dizer que, em breve, os cartões bancários também terão essa tecnologia.

No início de 2018, por exemplo, a Gemalto lançou no mercado seu primeiro cartão de pagamento EMV com sensor de biometria de impressão digital. Ele permite que o usuário pague suas compras inserindo o cartão na maquininha ou simplesmente aproximando seu cartão do terminal de pagamento, sem a necessidade de digitar uma senha. Este cartão segue o modelo tradicional de pagamento comum a qualquer cartão bancário e também funciona da mesma forma que um cartão de interface dupla (Contactless) onde o pagamento é feito por aproximação no terminal sem a necessidade de inseri-lo.

Para as transações sem contato, com o cartão biométrico, não há necessidade de definição de um limite de gastos por transação – a impressão digital serve como a confirmação principal de que o usuário é quem diz ser. Por se tratar de uma nova tecnologia, os questionamentos sobre sua segurança e confiabilidade ainda existem e são compreensíveis. Ao listar dez mitos sobre os cartões biométricos nosso objetivo é, justamente, responder a essas dúvidas.

Mito 1: A impressão digital do usuário pode ser facilmente copiada?

O novo cartão biométrico não pode ser falsificado por uma cópia 2D de sua impressão digital. Mesmo que alguém possua os contornos da impressão digital do usuário, digitalizada a partir de um objeto que a pessoa tenha tocado e impresso em um dedo de silicone, o cartão não a registrará como autêntica. Ainda que em filmes de espionagem pareça fácil burlar os sensores, na vida real é muito mais difícil fazer uma cópia 3D válida da impressão digital de um indivíduo.


Mito 2: Dados de impressão digital do usuário serão compartilhados com outras pessoas?

Para o processo de cadastramento da biometria digital no cartão, o cliente pode efetuar tanto em sua instituição financeira através de um tablet ou mesmo de forma própria por meio de uma leitora de impressão digital que acompanha o cartão. Isso é determinante para confirmar que ele é quem diz ser. A informação da impressão digital é capturada e armazenada com segurança no cartão do usuário e nenhuma informação biométrica permanece no computador, tablet ou leitora, no qual a pessoa se cadastrou, nem será enviada para qualquer servidor do banco, toda a informação fica armazenada de forma segura no próprio cartão. A impressão digital jamais é compartilhada com qualquer outra pessoa quando alguém efetua um pagamento, permanecendo apenas com o titular, armazenada dentro do cartão de pagamento com sensor biométrico.

Mito 3: O usuário terá que recarregar seu cartão para alimentar o scanner de impressão digital ou para usar em uma maquininha de cartão?

Na verdade, a ciência aqui é bem legal e esse é o principal diferencial dos cartões biométricos da Gemalto em relação a outros no mercado, nosso cartão não possui bateria e logo permite uma vida útil maior. O campo eletromagnético criado pelo terminal de pagamento (maquininha) fornece toda a energia que o cartão precisa para fazer uso da confirmação da impressão digital e efetuar o pagamento, o que acaba com a necessidade do cartão possuir bateria ou do usuário ter que recarregar seu cartão.

Mito 4: É outra maneira do governo espionar as pessoas?

Usar a impressão digital é simplesmente uma maneira muito mais conveniente e segura de pagar pois o cliente não precisa memorizar uma senha que pode ser copiada por outra pessoa. Logo, reduz a probabilidade do usuário ser vítima de fraude, pois ele precisa estar presente para autenticar o pagamento. Nenhum dado pessoal confidencial é compartilhado com ninguém quando a pessoa usa o cartão. Os dados biométricos permanecem apenas com o próprio usuário, armazenados de forma segura dentro do cartão biométrico.

Mito 5: Um criminoso poderia cortar o seu dedo e usar o cartão?

Os sensores biométricos e os algoritmos de verificação estão evoluindo rapidamente para evitar esse tipo de risco. Há necessidade de que o dedo possua um fluxo sanguíneo para autenticar. Além disso, o cartão pode ser bloqueado em apenas alguns minutos, bastando uma ligação para o seu banco ou no próprio aplicativo. Assim, é inútil imaginar um cenário tão extremo.

Mito 6: Um invasor pode se apossar dos dados biométricos armazenados no cartão do usuário?

Todos os dados da impressão digital são amplamente criptografados de forma muito segura de modo que, mesmo que o invasor tivesse os arquivos e o cartão em seu poder, ele não teria como acessá-los.

Mito 7: As impressões digitais do usuário podem sofrer algumas alterações durante o tempo por causa do seu tipo de trabalho. Esta solução não funcionará para eles?

O novo cartão possui uma solução dinâmica que atualiza regularmente o modelo de impressão digital armazenado no cartão. Assim, ele pode mapear as alterações do usuário. Além disso, a pessoa pode cadastrar uma segunda impressão digital no cartão, caso a primeira falhe. Se, ainda assim, o dedo não for reconhecido por qualquer motivo, sempre haverá a possibilidade de digitar a senha como um “plano B” para poder efetuar o pagamento em todos os tipos de situações.

Mito 8: É inútil para pessoas que precisam efetuar pagamentos para outras pessoas

Todos os novos cartões biométricos possuem a opção de digitação com a senha como ocorre nos cartões tradicionais. Portanto, se o usuário não quiser usar a impressão digital, poderá pagar usando a sua senha pelo método tradicional.

Mito 9: Os estabelecimentos comerciais precisarão substituir todos os seus terminais de pagamento e terão despesas de implantação

Não haverá nenhuma mudança para os estabelecimentos comerciais. Os novos cartões EMV com sensor de biometria de impressão digital funcionam com todos os terminais existentes. Portanto, como cliente, não há necessidade de se preocupar com a realização do pagamento da sua compra. Logo também não haverá custos de implantação para os comerciantes.

Mito 10: O scanner de impressão digital deveria estar no terminal, e não no cartão, o que seria mais fácil

Isso exigiria que todos os terminais fossem atualizados ou substituídos, o que talvez não seja muito acessível para todos os estabelecimentos devido ao seu alto custo. Além disso, a aceitação dos cartões não seria homogênea e criaria experiências diferentes tanto para os usuários dos cartões quanto para os bancos. Com o cartão com sensor de biometria de impressão digital todo o ecossistema atual de pagamentos não muda, o que muda é a segurança e conveniência para os clientes, a diferenciação de produtos para os bancos emissores que além de poderem realizar processos de “prova de vida” para determinados clientes trazem inovação e comodidade frente aos seus competidores.

*Cassio Batoni é Head de Marketing e Business Development da Gemalto

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