Opinião

FinOps e o ambiente multicloud

A sua empresa utiliza todo o serviço de nuvem pelo qual paga, ultrapassa os gastos planejados com frequência ou nem sabe como está essa equação? O que tenho visto é que muitas organizações transitam por um desses três cenários sem se dar conta da real situação que enfrentam. E é para mapear e resolver essas questões que existe o FinOps, um conjunto de processos que combina a gestão financeira (Fin) com o gerenciamento de operações (Ops) em ambientes cloud para otimizar os custos e maximizar o valor obtido com os serviços em nuvem, mesmo no complexo ambiente multicloud.

Quando o assunto for o uso e a adoção de tecnologias, um FinOps bem implementado e bem gerido tem potencial de beneficiar a organização com otimização de custos, tomada de decisões mais confiáveis, transparência e responsabilidade na operação, agilidade e escalabilidade e maior colaboração entre as equipes e seus membros. A jornada de implementação, porém, inclui desafios relacionados a fazer os engenheiros trabalharem com otimização de custos, prever gastos de forma acurada e adotar automação para otimizar custos, conforme indicou uma pesquisa divulgada durante o evento Febraban Tech 2023.

A gestão financeira de operações tende a ser mais eficiente quando cumpridas, pelo menos, as seguintes etapas:

1. Mapeamento dos recursos computacionais existentes

Nessa primeira etapa, a recomendação é que profissionais das áreas de tecnologia, engenharia, finanças e negócios se unam para entender qual é a infraestrutura computacional existente na companhia, quem utiliza o que e para qual ação. É fundamental, ainda, entender qual é o centro de custos de cada recurso de tecnologia.


2. Avaliação do que pode ser otimizado

Como o mesmo grupo de trabalho, é hora de avaliar as possibilidades de otimização do uso dos recursos computacionais. Será que algum está sobrecarregado, enquanto outro está subutilizado ou sem uso? Será que os custos podem ser divididos entre mais áreas em vez de ficar centralizado em apenas uma? Será que é possível substituir alguma tecnologia ou ferramenta em prol da otimização de custos? Nessa fase, o importante é tomar decisões estratégicas e não apenas com base em redução de investimentos.

3. Conscientização da equipe

FinOps é também uma forma de pensar, de observar as soluções de tecnologia que entram na companhia, tanto pelo viés financeiro quanto do valor que agrega ao dia a dia do negócio. Dessa forma, promova ações de conscientização para evidenciar aos colaboradores o quanto todo o negócio tem a ganhar quando as pessoas que nele trabalham assumem um posicionamento de responsáveis financeiros por tudo o que é utilizado, inclusive a tecnologia.

4. Continuidade da ação

Considerando que o ambiente digital de uma organização pode ser expandido ou reduzido, de acordo com necessidades pontuais, o Plano de FinOps é uma ação bastante viva. E, por essa razão, exige acompanhamento contínuo, com rastreabilidade das métricas de maneira automatizada, de forma que os responsáveis pela ação possam, sempre que desejado ou necessário, fazer o cruzamento entre qualidade, eficiência e custo das ações.

É claro que é possível usufruir do ambiente multicloud sem FinOps. Algumas organizações ainda fazem isso. Mas arrisco dizer que grande parte delas está pagando um alto preço por isso, sem nem mesmo saber.  A gestão de FinOps em plataforma de multicloud garante que seja extraído o melhor de cada nuvem, dentro do custo esperado e, consequentemente, com maior previsibilidade no controle desse ambiente. Muitos negócios estão perdendo a oportunidade de fazer mais com menos ou, no mínimo, com os mesmos recursos de que dispõem atualmente.

*Fábio Lucinari é CEO da Nublify

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