Inteligência Artificial chegou para ficar no futuro do trabalho
Estamos entrando em uma era em que a inteligência artificial (IA) está nos preparando para um futuro em que pessoas e máquinas possam desempenhar tarefas com mais precisão e rapidez. Ainda não é possível saber precisamente o impacto que a liderança da IA terá nas organizações. No entanto, ela tem a capacidade de aumentar a rapidez da tomada de decisão, trazendo para a sala de reuniões soluções de problemas mais complexos e uma análise de dados mais imparcial do que jamais seria possível de outra forma, tudo isso mantendo a criatividade e a inovação.
Um estudo recente da Infosys, o Leadership in the Age of AI, descobriu que, para 45% das organizações em todo o mundo, as implementações de IA já superam e muito a precisão e a produtividade de atividades humanas comparáveis. Embora essa mudança traga preocupações inevitáveis para os líderes, é importante focar nas possibilidades e entender como a IA pode ser usada para capacitar a tomada de decisão humana no futuro.
A empresa de tecnologia escandinava Tieto se tornou a primeira empresa europeia a nomear um bot de IA para a equipe de liderança de uma nova unidade de negócios orientada para dados. Chamado de Alicia T., o bot pode participar de reuniões de equipe e tem autoridade para votar nas decisões de negócios. A Tieto não é a única empresa que experimenta bots na liderança. Em 2014, o fundo de ciências da vida de Hong Kong – Deep Knowledge Ventures – nomeou um algoritmo de computador para seu conselho de administração, dando ao programa um voto nas start-ups para investir. No Japão, a agência de publicidade McCann nomeou um sistema baseado em lógica chamado AI-CD ß como diretor criativo e deu a ele contas e campanhas reais de clientes para liderar.
Os seres humanos podem trazer inteligência emocional, conhecimento organizacional, pensamento crítico, julgamento moral e talento criativo à liderança e à tomada de decisões dos negócios. No entanto, o cérebro humano também tem limitações e possui preconceitos naturais, que a IA pode neutralizar com a análise de dados-chave.
No campo do recrutamento, a IA pode ajudar a lidar com questões como preconceitos inconscientes que afetaram anteriormente a tomada de decisões e que demoraram a serem erradicados. Nas decisões de contratação, a IA poderia usar a análise de dados para garantir equilíbrio e diversidade, garantindo também condições equitativas para os candidatos, independentemente de sexo, idade, origem étnica e local, por exemplo.Por fim, a IA equipa os líderes de negócios com evidências concretas, possíveis resultados e previsões, que podem ajudá-los a tomar decisões informadas, bem pensadas, sem emoção e com informações de dados.
Tudo isso coloca questões sobre os direitos que os robôs de IA em nível sênior deveriam ter em comparação com os humanos, particularmente no contexto de acordos de licença de usuário final. Os direitos legais devem ser os mesmos, por exemplo? É provável que as empresas sejam levadas a pensar de maneira diferente e desafiar as percepções existentes sobre como novos clientes estão envolvidos e os termos contratuais acordados quando um bot está iniciando negociações.
O cenário jurídico da IA ainda está engatinhando e como será regulamentado no futuro ainda não está claro. Por exemplo, quem se responsabiliza por uma decisão de nível sênior feita por um bot? Alguns mercados abraçarão as ramificações legais mais rapidamente do que outros, mas haverá a necessidade de diretrizes claras que abordem algoritmos éticos, bem como políticas internas de negócios.
É importante que os líderes empresariais considerem o contexto, a cultura e o segmento da sociedade em que operam. A IA deve ser considerada colaborativa e trabalhar ao lado das pessoas, em vez de ser vista como um substituto para a tomada de decisões humanas. Deveríamos continuar apresentando os problemas a serem resolvidos, e a força da IA reside na capacidade de triturar os dados para nos ajudar com as soluções. Acredito que chegaremos ao ponto em que a IA é capaz de fazer sugestões sem serem colocadas em uma posição em que tomem as decisões. Embora a IA certamente tenha um lugar na liderança, cabe a nós garantirmos que seja uma colaboração em que a tecnologia e as pessoas utilizem seus pontos fortes.
Luis Banhara é diretor-geral da Citrix